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Novas formas de se relacionar, novos modos de se comportar

Por Jairo Bouer (*) | 20/06/2014 13:33

Cada vez mais as pessoas se conhecem em redes sociais, sites de relacionamento e aplicativos (apps) para celulares. Esses amplos espaços que servem para encontrar possíveis parceiros ou namorados estão determinando alguns novos desafios no que diz respeito ao comportamento.

Só para dar um exemplo: um novo estudo americano, realizado em Los Angeles – Califórnia - mostra que as chances das pessoas não se protegerem na hora do sexo aumentam quando o encontro acontece exclusivamente nos apps.
Segundo a pesquisa, o número de usuários que se expõe a risco é mais alto nessa modalidade de encontro. Nos encontros reais (baladas, bares, festas) e nos sites de relacionamento (como o ParPerfeito, maior do segmento no Brasil), que envolvem mais etapas de aproximação e conhecimento mútuo, as pessoas parecem se cuidar melhor nos momentos íntimos.

Não é difícil de entender o porquê. No calor do momento, os apps podem levar as pessoas a agirem mais impulsivamente. Em um movimento contrário, uma avaliação mais criteriosa, algo mais comum nos sites de relacionamento (80% dos usuários cadastrados no ParPerfeito procuram por um vínculo mais sério) parece aumentar o nível de proteção.

Outro fenômeno interessante é que com o uso mais frequente das redes sociais pelos casais que se conhecem dentro ou fora da internet, está crescendo a importância de discutir como se comportar no Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat e outras redes do gênero. Por exemplo, “posso postar uma foto do outro dormindo ou fazendo careta sem a autorização dele”? Uma imagem que um pode ser engraçada para um, pode ser constrangedora para o outro. Isso tem gerado atritos entre os casais! Que tal falar sobre esse assunto antes de tomar a iniciativa?

Outro conflito que tem aparecido é a questão do status na rede. Ao iniciar um namoro, quando e para quem avisar que migramos de “solteiro” para “em um relacionamento sério”? Mais complicado ainda: quando um namoro acaba, pode-se mudar o status logo de cara ou é melhor dar um tempinho para que os dois se acostumem com a ideia, antes de sair divulgado para o mundo que se está livre e desimpedido? Chega-se ao cúmulo de, às vezes, na ansiedade de postar tudo o que acontece, das pessoas mudarem o status antes de avisar o parceiro ou parceira o que está vindo pela frente. Imagine saber antes pela internet do que pelo parceiro que tudo acabou?

Para terminar, nos EUA, alguns casais têm assinado uma espécie de “contrato” de como as partes devem se comportar nas redes sociais caso o relacionamento acabe. Nesse caso, fotos e comentários feitos nos momentos de intimidade não poderiam ser divulgados depois que o namoro chegasse ao fim. Justo? Melhor seria que as pessoas soubessem usar o bom senso para discernir o que pode e o que não pode ser feito depois de um rompimento. Mas, como a mágoa, muitas vezes, é tão poderosa quanto a paixão, melhor discutir todos esses pontos, com cuidado e respeito, antes, durante e depois do relacionamento.

(*) Jairo Bouer é consultor de relacionamento do ParPerfeito, médico psiquiatra e comunicador.

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