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O comboio para Ponta Porã

Por José Tibiriçá Martins Ferreira (*) | 18/04/2012 06:38

O comentário feito por alguém que não se identificou, apelidado de passarinho bem corneteiro pelo colunista De “olho”, inspirou-me a escrever este artigo com o nome acima. No Diário MS do dia 11 de Abril na sua coluna foi publicado: Mais Trem do Pantanal.

A operação do Trem do Pantanal é feita pela Serra Verde Express. O traçado turístico inicial era entre Campo Grande, Aquidauana e Miranda, apenas dois finais de semana por mês. Devido à baixa demanda de passageiros, a empresa decidiu reduzir a operação ficando apenas no trecho Aquidauana e Corumbá.

Comentário do dia seguinte, 12/04: Trem do Tereré, publicado pela coluna: O advogado José Tibiriçá Martins Ferreira sugeriu a implantação do ‘Trem do Tereré’, para aproveitar o ramal abandonado entre Campo Grande (Indubrasil), Maracaju, Dourados (Itahum) e Ponta Porã. Seria uma maneira de reforçar o turismo na região, melhorar o distrito de Itahum, onde os prédios da antiga NOB (Noroeste do Brasil) estão sendo ocupados por terceiros. Hoje 16/04 foi postado este comentário:” Ferrovia - Passarinho rosa comentou com ‘De Olho’ que a Valec deve descartar o trajeto sugerido pelo Governo do Estado para o ramal da ferrovia Norte-Sul, que deverá chegar até Porto Murtinho. Mais ferrovia - O motivo: a inviabilidade econômica. É um traçado muito extenso, cheio de curvas e caro demais para ser construído. Deverá prevalecer o traçado antigo, entre Panorama (SP) e Dourados (MS) direto.

Trem do tereré - Passarinho bem corneteiro comentou a ideia do advogado José Tibiriçá de criar o Trem do Tereré, entre Campo Grande e Ponta Porã. Ferrovia .- A ave disse que um itinerário desse seria rapidamente apelidado de ‘trem da muamba’ ou trem do contrabando. Quanta criatividade!

O Jornal ao publicar a matéria deu uma grande contribuição para abrirmos o olho e para isso contamos com os nossos representantes na Assembléia Legislativa, na Câmara Federal, no Senado, dos nossos representantes na Câmara Municipal e também do Prefeito, afinal não concordamos com tal. Está faltando líderes há muito tempo em nossa cidade. No dia 07 de Outubro de 2012 haverá eleição em Dourados e devemos eleger líderes. Caso contrário, tudo ficará do mesmo jeito e em 2014, novamente a novela recomeçará e os maiores atores virão novamente da capital.

Resolvi dar o nome de COMBOIO ao artigo, afinal a língua portuguesa é muito rica, sendo uma de suas definições com relação ao TREM: Reunião de vagões engatados e movidos por uma locomotiva ou por duas máquinas conjugadas; trem, composição. Já escrevi um artigo com o nome Trem do Tereré, publicado por vários jornais virtuais e impressos para contrapor ao Trem do Pantanal idealizado pelo governador Zeca. Esta ideia propus numa reunião no Auditório da OAB- Dourados ao governador Andrea Pucchinelli quando ele fazia a explanação do futuro Anel Viário. Ele ouviu, deu um sorriso, não falou sim nem não. Mas a ideia foi apresentada e disse a ele que se abraçasse a causa, poderia também ficar na história como o governador anterior ficou.

Quanto ao comentário sobre o Trem do Tereré, tive intenção de defender os interesses do Distrito de Itahum, distante de Dourados a cerca de 60 km e próximo da Picadinha, aproximadamente 28 km. Com a reativação do Ramal férreo, ajudaria alavancar o progresso da região, onde existem além da sede do distrito, os assentamentos. Foi de Itahum que a Jardineira Mista, hoje Expresso Queiroz começou a transitar na década de cinquenta, passando pela estrada da Picadinha, hoje Rua Abílio Ferreira. No trecho barrento ela atolava e as três juntas de touro de nossa propriedade São João e Penha fazia sua retirada, pois na época não existia no local trator.

Quanto ao comentário anônimo de que um itinerário desse seria rapidamente apelidado de “trem da muamba ou trem do contrabando, discordo com veemência: É maldoso, falta de conhecimento de nossa história, da nossa cultura. Contrabando ou descaminho existe em toda a fronteira e nas do Brasil tornou-se um costume, é muito grande. Não é recomendável, afinal a lei não permite, existe uma cota para compra. Pergunto: o autor do comentário, talvez já esteve em Ponta Porá e lá comprou algo? Foi até a Agência da Receita Federal e declarou o que comprou?

Ele zombou da idéia, está confundindo gato por lebre. Seria mais salutar apoiar ou apresentar uma alternativa mais progressiva. Sonhar nunca é demais: um dia poderemos ter o Trem do Tereré ou o Comboio do Tereré, a Litorina de Tereré e todos poderão viajar, comer chipas, saborear um tereré gelado durante a viagem e olhar para as lindas paraguaias em Pero Juan Caballero e Ponta Porá. Isso também é turismo.

Dourados-MS, 16 de Abril de 2012.

(*)José Tibiriçá Martins Ferreira é advogado, produtor rural na Picadinha, estudioso do Idioma Guarani e Secretário Geral do PSD em Dourados.

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