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O Natal

Por Marcos Alex Azevedo de Melo (*) | 25/12/2010 07:29

Aproximamos mais uma vez da passagem natalícia, uma data comemorada por cristãos, espíritas, etc; certamente, até alguns ateus festejam este dia. A primeira vez que o Natal foi celebrado no 25 de Dezembro foi no ano 325 d.C., na cidade de Roma, Itália.

A Enciclopédia Britânica, edição de 1946, com o título O Natal, diz: “...o nascimento de Cristo não era celebrado nas primeiras liturgias da Igreja Primitiva”. A enciclopédia católica romana, edição inglesa de 1911, e a edição da Enciclopédia Americana, edição de 1944 confirmam essa tese.

É curioso que a data exata de nascimento da pessoa mais importante da história, Jesus o Cristo, e que dividiu a História mundial em a.C e d.C., tenha passado tanto tempo sem registros e sem celebrações. Contudo, o registro profético acerca desse acontecimento extraordinário não está contido nas enciclopédias, mas sim na própria Bíblia (cerca de 700 a 800 a.C).

No capítulo 7.14 do profeta Isaías está escrito: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem concebera, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel”. Novamente, no capitúlo 9.6 Isaías diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombro; e seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz”.

Prevalecendo o 25 de Dezembro uma referência de caráter mundial para marcar o dia do nascimento de Cristo, outras tradições foram se descortinando, tais como o ato da troca de presentes.. Certamente, tradição extraída e praticada tendo como premissas bíblicas a visita dos três reis magos ao menino Jesus na manjedoura: Mat. 2.11 diz: “E entrando na casa viram o menino com Maria a sua mãe e, prostrando-se, o adoraram, e abrindo o seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra”.

O ato de oferecer presentes era um costume oriental praticado quando se visitava pessoas importantes como reis e autoridades. A rainha de Sabá, ao visitar Salomão, levou-lhe presentes, I Reis 10.10.

Com o passar do tempo, a troca de presentes adquire uma nova versão e roupagem, rendendo homenagem a um bispo de nome São Nicolau, que viveu no século V, e que era adorado pelos gregos e latinos. Diz a Enciclopédia Britânica volume 19 pg 648, que todos os anos no dia 06 de dezembro (dia do aniversário de S. Nicolau) ele dava presentes às escondidas a três garotos da cidade.

Com o objetivo de atrair mais adeptos, essa festa foi transferida para o dia 25 de Dezembro (já celebrada como Natal desde 325 d.C.). Inclusive, a prática de trocar presentes às escondidas teve inicio na noite de S. Nicolau. Nascia assim a historia de Papai Noel, contemplando os aspectos materiais do evento em detrimento do natal espiritual e bíblico. Papai Noel toma o lugar do aniversariante, abrindo espaço para a atuação livre do deus mercado.

O escritor colombiano Gabriel Garcia Marques, em “Estas sinistras festas de natal” (1980) inicia sua obra dizendo que “ninguem mais lembra de Deus no natal”. Até os presépios (montado pela primeira vez por São Franscisco de Assis no Natal de 1233, com o objetivo de explicar para as pessoas mais simples o significado do nascimento de Cristo) questionados e renegados por setores do Cristianismo, com a sua simbologia retratando a imorredoura vocação de humildade de Cristo, vive o grave risco de extinção, pois raramente é visto nas decorações residenciais e nas praças públicas. Se a fé e o espirtual se esvaem, condenar apenas o consumismo secular e mundano é uma injustiça flagrante.

Infelismente ele não atua de forma isolada, hoje é crescente a proliferação de correntes religiosas que preconizam a famosa teologia da prosperidade. Certamente o Natal não é: ruas coloridas por luzes à iluminar ruas de cidades e vilas, com o intuito de atrair pessoas, promovendo o surgimento de uma nova tradição, incorporado pelo brilho da pós-modernidade, provocando o apelo descontrolado à uma supercialidade fútil e ao consumo.

Natal não é: realizar banquetes, abusar do consumo de bebidas alcoólicas e glutonarias várias. O natal de Jesus Cristo é uma festa espiritual, bíblica e com um significado profundo. Infelizmente, a tradição dos homens, com seus artifícios tem confundido o alvo maior do natal.

Que os principios biblicos da vinda de Jesus possam prevalescer e vencer a angustia, o medo, as incertezas e frustrações, que geralmente acentuam-se no corações das pessoas nesse periodo, lembrando que naturalmente estamos sujeitos a perdas e as derrotas, não somos perfeitos, somos fracos e limitados, entretanto, devemos nos orientar e seguir os passos de Jesus que cumpriu fielmente a sua missão, que foi a de estabelecer uma nova alinça entre Deus e a humanidade: “Eu sou o caminho e a verdade, e a vida, ninguem vem ao Pai se não por Mim”. João 14.6. Feliz Natal.

(*)Marcos Alex Azevedo de Melo, 49 anos, ex. Vereador do PT de Campo Grande.

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