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O poder da maldade

Por Valfrido M. Chaves (*) | 18/03/2014 09:47

Não é preciso ser estrategista ou gênio para ver o quanto cresce a ousadia e petulância da maldade em nosso meio. As quadrilhas organizam-se para o confronto com o Estado, o que se tornou evidente através das apreensões do contrabando de armas de guerra e assalto às firmas de segurança ou quartéis da PM. Pequenas cidades são tomadas por bandos, com policiais acuados enquanto agências bancárias são depenadas.

Policiais são caçados como bicho nas áreas pacificadas do Rio de Janeiro. Menores de idade, na certeza da impunidade, são soldados de execução nos bandos. Nas escolas, professores são escorraçados quando exigem disciplina. A proibição do álcool a menores e no trânsito é uma chacota.

As forças do Estado, na maior cidade brasileira já foram acuadas em seus quartéis e delegacias, enquanto policiais não ousam saírem fardados às ruas. No Rio de Janeiro, que vergonha, o Estado tenta recuperar áreas das mãos do narco-tráfico face à proximidade de eventos esportivos globais. No que tange à corrupção, o cinismo ideológico-militante parece organizar-se para constranger e intimidar até o STF.

Há pouco, leitor, ouvi de um Pastor a comparação entre o que fazem as quadrilhas, que usam os "de menor" como executores em seus bandos, por serem inimputáveis, e o uso que setores ideológicos, dentro e fora do Estado brasileiro, fazem das comunidades indígenas, por serem estas também inimputáveis.

Organizam milícias armadas, invadem, saqueiam, violam direitos constitucionais e humanos, assassinam, sempre impunemente quando "lutam por terras". São como os "de menor", mas os que lhes dizem que "retomada não é invasão", sabem que estão mentindo e que os estão induzindo ao crime. Pior, leitor, tais indutores ao crime fazem parte do Estado brasileiro e instituições religiosas "aparelhadas" ideologicamente.

A criminalidade nas comunidades indígenas é o dobro daquela na comunidade geral, mas as mortes, mentirosamente, são atribuídas ao "conflito por terras". O instituições religiosas e outras estatais se incumbem de divulgar tal mentira mundo a fora.

De onde esperar uma reação? Até que ponto terá de ir nossa insegurança, nossos temores e vergonha? Sim, vergonha, pois quem não a tem ao saber que o pior psicopata não fica mais de 7 anos excluído do convívio social? Que o mais perverso sociopata é protegido pela menor idade?

Que, o bandidão quando preso, dá ordens de execução de quem está aqui fora? Não dá vergonha falar e ouvir estas obviedades, sabendo que as leis continuarão as mesmas e a execução das mesmas, se mudarem para melhor, será igual “cavalo paraguaio”?

Mas a copa do mundo vem aí, e todos vamos nos alegrar. Até lá, leitor tolerante com este escriba envergonhado. Qual será o "acordo" a ser feito entre o Estado brasileiro e os traficantes, para que estes não melem totalmente a nossa "Copa das Copas"?

(*) Valfrido M. Chaves é psicanalista. vmcpantaneiro@terra.com.br

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