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O que MS tem em comum com as Ilhas Maurício?

Por Leonardo Avelino Duarte (*) | 27/11/2013 17:52

Foi noticiado recentemente que São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentram mais de 50% do produto interno bruto nacional. Se acrescentarmos a este grupo os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná, teremos cerca de 65% do PIB nacional. Isso demonstra que o desenvolvimento industrial e econômico no Brasil é bastante desigual, e fortemente concentrado na região sudeste e sul.

Neste quadro, Mato Grosso do Sul, com cerca de dois milhões e quinhentos mil habitantes, contribui com 1,2% do produto interno bruto nacional, ocupando a 17ª no ranking nacional. Para comparar, se o Estado do Pantanal fosse um país, teria o tamanho da economia de Guiné Equatorial, país da África Oriental. Embora lidere a produção de alguns produtos agropecuários, como carne e soja, Mato Grosso do Sul não pode ser considerado, nacionalmente, um grande gerador de riquezas.

Embora importante, o produto interno bruto de uma localidade não é, nem de longe, o principal dado estatístico-geográfico de uma região, e certamente não é o dado que deve orientar as políticas governamentais. Mais importante é o produto interno bruto per capita, que revela a riqueza média de cada cidadão, e o Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, que aufere a escolaridade, renda e a expectativa de vida das pessoas, e hoje é considerado o principal índice estatístico à disposição dos governos para a elaboração de políticas governamentais.

Nestes dois índices, MS vai bem melhor. O produto interno bruto per capita do nosso Estado é o 7º do País, distante do campeão, que é o Distrito Federal. Contudo, é bem melhor do que o da média nacional. Caso comparado com um país, o PIB per capita de Mato Grosso do Sul é semelhante ao das ilhas Maurício.

No Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), estamos em 10o lugar. Nacionalmente, Campo Grande ocupa o 100º lugar entre as cidades brasileiras, a melhor posição do Estado, sendo seguida, no Estado, por Chapadão do Sul.

O IDH pode ser melhorado a partir da prestação de serviços básicos pelo Poder Público, principalmente quanto à educação. Uma cidade que conte com professores e médicos, além da uma estrutura estatal para segurança dos cidadãos, com a tríade juiz-promotor-delegado, dificilmente terá um IDH baixo. Infelizmente, nem todas as cidades sul-mato-grossenses possuem médicos ou professores suficientes, e muitas não tem juízes ou delegados. São justamente as cidades com pior IDH.

A simples presença de um juiz, por exemplo, gera aumento de renda e de desenvolvimento para pequenas cidades, por meio de uma maior possibilidade de atender quem busca a justiça, além dos demais benefícios sociais que a instalação de uma comarca traz. Outro item que faz muita diferença no IDH é a presença do médico. De fato, a simples presença de um médico para receitar remédios aumenta o IDH de uma localidade, ainda que não exista, no local, um hospital ou posto de saúde.

Quanto à educação, a receita do feijão com arroz: salários razoáveis e ensino tradicional, sendo indubitável que é mais importante o nível e a motivação dos professores do que a infraestrutura de ensino presente.

Assim, com medidas simples, podemos contribuir para a melhoria do IDH de nosso Estado, o melhor e mais bonito dos Matos Grossos.

(*) Leonardo Avelino Duarte, advogado e professor universitário

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