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Os efeitos da economia no comportamento do consumidor

Por Marcelo Murin (*) | 09/04/2014 10:42

O primeiro trimestre de 2014 já se foi, mas o que pudemos observar com relação às expectativas do início do ano? A economia nacional vem dando sinais muito preocupantes ao consumidor com a escalada da inflação, muito embora o governo não reconheça esta tendência.

O brasileiro já não está mais habituado a conviver com inflação e muitos consumidores nem sabem o que é este “fantasma”. Portanto, certamente o comportamento do consumidor e do shopper no ponto de venda tende a se alterar. De fato, dados de mercado já apontam para algumas mudanças neste cenário.

Podemos observar uma crescente preocupação dos consumidores com o custo de suas compras. Consequentemente, as vendas em lojas de “atacarejo” tem crescido muito, uma vez que um de seus grandes diferencias é oferecer preços mais atrativos ao shopper, devido a sua estrutura de custos ser mais eficiente.

O número de visitas do shopper ao ponto de venda também tem apresentado mudanças, onde em um cenário de maior equilíbrio inflacionário, o hábito de visitas semanais é muito comum, pois o consumidor não tem grande preocupação com abastecimento. No entanto, atualmente já se fala da volta da “compra mensal”, tão famosa nos anos de alta inflação no país, onde o shopper busca o PDV para realizar grandes compras de abastecimento para garantir melhores preços e controlar seu orçamento doméstico.

Com isso, consequentemente há uma grande redução do número de visitas aos PDVs, o que impacta diretamente as vendas, questões promocionais de visibilidade de marcas, comparações entre lojas e produtos. Ou seja, altera uma realidade já estabelecida no varejo nacional.

Outro comportamento que também têm se alterado, por exemplo, é o aumento nas vendas de marcas próprias, pois são produtos com custos mais atrativos ao shopper e cada vez de melhor qualidade na entrega de seus benefícios. Com o crescente avanço tecnológico e a busca de redução de custos produtivos, podemos observar uma homogeneização na qualidade dos produtos. Como consequência, vemos as marcas próprias despontarem com preços mais atrativos, ganhando uma relevância cada vez maior.

Neste cenário, obviamente há também uma busca crescente por promoções e parcelamento como consequência da necessidade de redução de custos e uma grande preocupação no controle orçamentário do lar.

O varejo brasileiro deve ficar muito atento a todas essas mudanças no comportamento do shopper e usar este movimento a seu favor. Mais uma vez, quem identificar primeiro e sair na frente de seus concorrentes poderá tirar grande vantagem a seu favor.

Como brasileiro, espero sinceramente que não tenhamos novamente esta realidade inflacionária crescente, pois será uma grande perda para a economia e principalmente para o povo. No entanto, é importante ficar atento, pois o varejo deve reagir sempre em busca da satisfação de seus clientes, e quando o comportamento do consumidor muda, deve se realizar alterações de rota na gestão do seu negócio também.

(*) Marcelo Murin é administrador de empresas com especialização em marketing e sócio-diretor da SOLLO Direto ao Ponto

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