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Otimismo moderado

Por Walter Roque Gonçalves (*) | 11/01/2017 10:39

A economia do país superou, em 2016, o maior receio dos analistas: a inflação. Os gastos exorbitantes do governo, combinado com a recessão econômica, levava a crer que o Banco Central poderia perder o controle sobre questões inflacionárias. Fato que felizmente não se concretizou: a inflação está dentro do esperado e, ao que parece, contaremos com singelo crescimento em 2017.

Contudo, alguns analistas consideram que a previsão de crescimento para 2017, estimada em torno 0,5%, não será o suficiente para reverter o quadro de desemprego, falta de geração de renda e deterioração de empresas.

Em sumo, ainda há muito a se fazer! A PEC 241/55 foi um passo importante para sinalizar soluções para o explosivo crescimento das dívidas públicas. Todavia, as reformas da previdência, trabalhista, política e o socorro aos estados e municípios em dificuldades ainda precisam de atenção.

Robson Braga de Andrade, presidente CNI (Confederação Nacional das Indústrias), em artigo publicado na Folha de São Paulo do dia 08 de janeiro, reforça que empresas, principalmente da área industrial, precisam de socorro. A renegociação de dívidas através de empréstimos compulsórios e o acesso ao crédito são ações esperadas para o primeiro semestre deste ano.

Segundo Andrade, “Empresas estão deterioradas financeiramente devido à combinação de juros altos, recessão e restrição ao crédito”. Faltam resultados e sobram dívidas.

Tendo em vista o panorama externo, reforço a necessidade de se investir em planejamento! Há empresas que até fazem excelentes planejamentos, mas, falham radicalmente na execução: planejam e partem para execução, mas, pecam na checagem diária do que está sendo feito e na atualização do plano conforme necessidades.

Cada empresa tem a sua realidade para lidar, o planejamento ajudará a identificar qual realidade cada uma enfrentará em 2017. Algumas terão que lutar pela sobrevivência, outras fecharão e terão àquelas que diante dos estudos identificarão oportunidades e, apesar da crise, entrarão no ciclo de crescimento e desenvolvimento.

Tanto para as empresas privadas quanto para as públicas, a gestão está no centro das soluções. Inúmeros problemas poderiam ter sido evitados no quadro atual de crise, se o setor público (salvo exceções) tivesse levado a eficiência e a ética mais a sério! Talvez, agora, a conta não fosse tão alta.

Para este ano, mesmo com crescimento ínfimo, há de se observar que não estamos mais em queda livre e podemos ter esperanças de melhoras substanciais para 2018, portanto, ainda cabe otimismo “moderado” para 2017.

(*) Walter Roque Gonçalves é consultor de empresas, professor executivo/colunista da FGV/ABS (FGV/América Business School) de Presidente Prudente

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