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Pior crise em 87 anos. Como sobreviver?

Por Walter Roque Gonçalves (*) | 22/03/2016 11:07

Há pouco mais de 15 dias o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que o Brasil entrará no segundo ano consecutivo de queda no PIB, algo que não é visto desde a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929. Para reforçar as constatações, o IBGE divulgou pequisas que demonstram fortes quedas no consumo de móveis, eletrodomésticos, alimentos e combustíveis, sem dar sinais de recuperação. Como sobreviver a esta fase da economia?!

Matéria da revista Exame de fevereiro de 2016 intitulada “Lojas de eletrodomésticos sofrem o maior tombo da década”, aponta as dificuldades nas grandes lojas de varejo do ramo. A questão não é a dificuldade que elas enfrentam e sim a forma que estão reagindo a esses desafios.

Estas empresas, tiveram que enxugar o quadro de funcionários, investir em eficiência e por consequência em capacitação; em menor tempo de estocagem, em pesquisas para entender melhor o comportamento dos clientes e inovar em produtos e serviços, tudo isto para encontrar novo ponto de equilíbrio, manter a rentabilidade da empresa e sobreviver.

Outras, em menos de 2 anos, trocaram os diretores mais de uma vez. Na Pequena e Média Empresa (PME), sabemos que não se trata apenas da demissão e contratação do principal executivo, pois a função, geralmente, é exercida pelo proprietário. Então, será preciso atentar-se à essência que leva a exoneração de um diretor: a mudança de estratégia.

Para tanto, o dono de uma PME, precisa aprender com os erros e imprimir esforços para adaptar-se às novas realidades impostas pelo ambiente. Ademais, a busca de conhecimento para estas mudanças, começa dentro da empresa, com os funcionários, que merecem a oportunidade de lutar pelos seus empregos! Passe as metas e problemas enfrentados pela empresa e deixe claro as consequências positivas e negativas de atingir ou não estas metas.

Em crises econômicas surgem oportunidades, nem tudo é somente questão de sobrevivência, há empresas que crescem. Por exemplo, empresas que consertam roupas e móveis estão indo muito bem. Outro setor é das pequenas e grandes indústrias nacionais de brinquedos que contrataram em 2015 e aumentaram mais de 15% as vendas devido ao encarecimento dos produtos importados frente a valorização do dólar.

No setor de supermercados, os consumidores têm a propensão em trocar de marcas e isto gera o crescimento de marcas substitutas: a Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro) espera um crescimento de 15% a 20% para este ano. “Muitos consumidores deixam a fidelidade em marcas líderes para economizarem nesta fase”, diz a Abmapro.

Independentemente de crises ou bonanças, a “lição de casa” precisa sempre estar bem-feita. A empresa deve estar sob total controle. Isso é como dirigir um carro, observa-se indicadores no painel para saber o momento de comprar mais combustível, de fazer a manutenção do veículo, de evitar multas de trânsito, de parar de imediato em caso de superaquecimento de motor ou falta de óleo, desta mesma forma as empresas precisam de seus indicadores atualizados dando suporte às decisões de compras, vendas, precificação, promoções, contratações, demissões.

Realmente estamos vivendo a pior crise em 87 anos, mas é possível sobreviver e até crescer! A velha máxima, “em crise, crie”, está mais atual do que nunca. Até a próxima.

(*) Walter Roque Gonçalves é consultor de empresas, professor executivo/colunista da FGV/ABS (Fundação Getúlio Vargas/América Business School) de Presidente Prudente (SP).

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