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Pompilho, o madrugador

Por Ruben Figueiró (*) | 11/02/2014 14:54

Inicio do ano – justamente no seu primeiro dia, seis horas da manhã, tilinta o telefone. Ainda sob os rescaldos de uma noite festiva, atendo:

- Quem...?!

- “É o Pompilho, mas bah! Tche! Estas com jeito de cavalo aguachado...”

Dei- me de João-sem-braço.

- O que manda o caro amigo - e ele começou a desembuchar:

- “Recebi seu despacho pelo meu piá, o Venâncio. Também tenho curiosidade de conhecer pessoalmente a senadora

Ana Amélia, lá do meu Rio Grande. Vejo-a sempre pela TV Senado, guapa, inteligente, culta, de fala macia, firme e cutilante. Costuma dar umas guachadas no lombo de muito riuno treteiro e não dá trela para o malfeito. Não muito querenciado nos tais problemas nacionais e do mundo, para mim a senadora tem deles me esclarecido muito, pena que a presidente – veja bem que essa morou como agregada no Rio Grande – não a tem ouvido. Estou abombado com essa viagem da presidente à Cuba para dar aos Castros o que ela nega os brasileiros. Isso vai ficar marcado na anca dela...Bueno, Ana Amélia é uma autêntica gaúcha, as vezes bombeando as coisas, chego a pensar que ela vem de uma linhagem cunhada nas lutas duras dos pampas e das campanhas e lembra a personagem Ana Terra, símbolo da tempera aguerrida da mulher gaúcha. Está sempre aperada de argumentos que expõe da tribuna e nos palanques com guampadas que ferem fundo o adversário”.

E, sem perder o folego, continuou:

- “Confesso, Figueiró, se minha idade permitisse transferiria meu título eleitoral para Tupanciretã, minha querência nativa, para marcar meu voto na Ana Amélia para governadora. Me disseram que ela será candidata. Isto faria para dar uns prachaços naquele povinho que malsina o Rio Grande. Mas vou cabalar daqui meus parentes, deles eu sei que campeada será farta para ela. Tu sabes que não sou tambeiro, quando estou entusiasmado por uma causa, meu coração corcoveia , esporeio o meu pingo tubiano e com o sombreiro saúdo os amigos e nos maulas e gaudérios dou-lhes meu desprezo.”

Por instantes, parou de “discursar”, pensei, freou seu tubiano...Eis que retoma com fôlego:

- “Estas me ouvindo?”

Não ouviu minha resposta, e esporeou o pingo:

- “Podes dizer à senadora Ana Amélia, que sou do Rio Grande, velho porém ainda atrevido, não refugo a luta, corro na ponta da tropa, lanço a mão num pialo certeiro o bagual vasqueiro. Na hora do pega sou gaúcho da fronteira e da campanha, sei laçar e manear qualquer touro marrudo. Estou com a senadora, já de rebenque erguido para riscar do Rio Grande um governo escangalhado.”

Não consegui guardar tudo o que saiu, como corrente caudalosa, da garganta gauchesca do meu amigo Pompilho. Sei, porém, que na sua idade já vetusta, embora de espirito juvenil, jamais abandonou a cancha das ideias de um maragato temperado nas peleias de seu Rio Grande.

(*) Ruben Figueiró é Senador pelo PSDB-MS

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