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Projetos faraônicos não resolvem as nossas necessidades

Por Júlio César Cardoso (*) | 15/04/2011 11:16

Excelente artigo da senadora Kátia Abreu, presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), publicado no jornal Folha de São Paulo, dia 2, sob o título “O governo não pode tudo”, faz abordagem positiva sobre o agronegócio brasileiro em contraposição à visão distorcida do governo, que prefere investir em projetos de propaganda política.

É pena que o grupo liderado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), interessado no trem-bala, não tenha a percepção das reais necessidades brasileiras, que dizem respeito às fontes produtoras de riquezas nacionais, e só se preocupa com a vitrine da propaganda política governamental em cima de um projeto dispendioso, enquanto temos necessidades mais urgentes para serem atendidas.

A construção do trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio de Janeiro vai apenas atender à elite brasileira e não ao sistema de transporte de massa nacional, e servirá para mostrar ao exterior, durante a realização, no Brasil, da Copa do Mundo de Futebol de 2014, e das Olimpíadas, de 2016, no Rio de Janeiro, a imagem de um Brasil progressista não verdadeiro.

Aqui, o dinheiro sobra para investimentos faraônicos, mas falta para resolver as necessidades de nossa casa Brasil, onde não se fortalece primeiro com infraestrutura básica de apoio a produção de riquezas, como muito bem expôs a senadora Kátia Abreu: "Com metade desse dinheiro, poderíamos ampliar e modernizar os portos de Porto Velho, Santarém, Belém e Itaqui, no Norte, e de Pecém, Suape e Salvador, no Nordeste. Sobraria ainda dinheiro para adequar as rodovias que alimentarão essas rotas, como a Cuiabá-Santarém, e concluir as hidrovias do Madeira e do Tocantins.”

É uma vergonha o estado precário de nossa malha rodoviária federal, estadual e municipal, com prejuízos sensíveis aos produtores, aos empresários de transportes em geral e aos cidadãos por este país afora que ficam privados de terem boas estradas para resolverem as suas vidas. Não se direciona recursos para educação e cultura como determina a Constituição. Não se tem um sistema digno de atendimento público de saúde. O governo peca por não saber selecionar as prioridades nacionais.

E a senadora Kátia Abreu acerta na mosca ao dizer: "Os governos não podem tudo. Principalmente, não podem tudo ao mesmo tempo. Por isso, são medidos na história pela qualidade das escolhas que fazem”. Um país que não faz o dever de casa não pode querer arrotar Primeiro Mundo. Com efeito, o país carece de projetos necessários, discutidos, definidos, de médio e de longo prazo, para serem cumpridos por todos os governos. Não adianta quantidade de projetos, precisamos de poucos, mas de qualidade (pauca sed, bona).

(*)Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado.

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