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Qual é mesmo o seu negócio?

Por Paulo Sérgio de Moraes Sarmento (*) | 19/09/2013 08:53

Quando temos a resposta para essa pergunta não tão simples parece que tudo fica mais fácil, principalmente porque a partir dessa constatação podemos pensar em como fazer crescer a nossa empresa, o seu valor e trabalhar a sua perenidade.

Para o crescimento há um caminho. Há um processo de desenvolvimento. São etapas que passam primeiramente pela revisão do plano de negócios que, pela da sua estrutura de raciocínio, encerra em seu conteúdo a resposta à pergunta de qual negócio temos, ou pretendemos. O plano de negócio nos obriga pensar em nós como acionistas que investimos e corremos riscos, no vigor do negócio e no que queremos de fato nos envolver.

Por isso, toda clareza se faz necessária para que seja coerente e confiável. O plano, que sempre deve ser revisto, é estruturado por uma sequência de questões que cobram respostas pontuais e realistas. No entanto, é um plano. Não um planejamento. O planejamento é que dará a consistência para a execução do plano.

O planejamento estratégico, junto com o planejamento financeiro, vem em seguida para dar direção às atividades que decorrem da proposta enunciada pelo plano de negócio. É no planejamento estratégico que se determinam os objetivos, metas, posicionamento, estratégias, competências, recursos, ações e tempo. O planejamento financeiro organiza a aplicação dos recursos, aponta os riscos de perdas e traça o caminho do lucro que irá garantir a sustentabilidade do negócio e a remuneração do capital.

Um completa o outro, um depende do outro e ambos, em funcionamento harmônico, norteiam todas as decisões e ações que podem e devem ser ajustados e modificados conforme as circunstâncias.
Alterados, mas não eliminados! Quando se aplica o planejamento estratégico, têm-se a oportunidade de identificar e entender os aspectos cruciais para os negócios como: vantagem competitiva, valor, missão, inovação, necessidade de investimentos e rentabilidade.

Entenda-se aqui que nem tudo é material, nem tudo é dinheiro mesmo sendo o capital um importante recurso. Por exemplo, de nada adianta aplicar fortunas em pesquisas e desenvolvimento acreditando que só com isso se chegará às inovações. Muitas, talvez a maioria das inovações não partem de grandes somas investidas, pelo menos de início. A base real para as inovações está nos valores, na inquietação e inconformismo que direcionam os esforços e a vocação da empresa. Os investimentos serão necessários depois para o aperfeiçoamento. Se não houver essa cultura, provavelmente o que teremos será uma empresa copiadora das inovações de outros.

Existe uma grande diferença entre uma boa ideia e um bom produto. E que diferença é essa? Enorme! Uma boa, ou má ideia, só compromete o dono delas. As coisas se complicam quando a boa, ou má são colocadas em prática. Aí compromete a todos! Envolvem pessoas, expectativas, capital, compromissos e, principalmente, os outros que nada têm a ver.

É necessário que haja ideias, preferivelmente as boas. O mundo e o desenvolvimento humano precisam delas e o progresso está calcado nesse conceito. A execução das ideias, ou seja, colocá-las em prática e, mais ainda, ter sucesso com elas é uma longa peregrinação que não basta só o entusiasmo que a “grande sacada” costuma dar. Há necessariamente que passar pelo planejamento, um cuidadoso projeto, por vezes fazer pesquisa técnica e mercadológica, e ter um ingrediente muito raro principalmente quando achamos que temos uma ideia genial: o desprendimento!

Não apegar-se emocionalmente às ideias é fundamental e muito difícil. Não nos desprendendo, estaremos impedidos de ver o que não gostaríamos de enxergar. Os casos de sucesso de ideias inovadoras não ocorreram por acaso. Todas passaram por apertos, contradições, humildade, questionamentos, caminhos equivocados, desânimos, necessidade de recursos, estrutura necessária, gente competente e a famosa oportunidade - o momento certo, o timing e os preparativos para o seu lançamento.

Não há crescimento sem desenvolvimento de ideias, de processos e de pessoas. Não há plano sem o consequente planejamento para a sua efetividade. O que para alguns possa parecer que elaborar plano e planejamento venham ser trabalho desnecessário, burocrático, perda de tempo, ou “eu já tenho tudo na minha cabeça”, lembro que é exatamente o contrário. Esse “trabalho” é o que dará segurança, previsão e maiores possibilidades de sucesso. É o que diferencia uma gestão profissional de uma empírica e amadora.

(*) Paulo Sérgio de Moraes Sarmento é economista e sócio da VSW Soluções Empresariais.

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