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Sidrolândia, no tempo das diligências

Por Valfrido M. Chaves (*) | 22/05/2013 15:15

Sou do tempo do Gibi, “O tempo das diligências”, dos faroestes de John Waine, Hopalong Cassidy, Zorro, dos seriados nas matinês de domingo. Era tudo muito simples em nosso imaginário infantil: bandido era bandido, mocinho era mocinho, o bem e o mal não se misturavam. Os colonos, com seus carroções, eram mocinhos, o índio era bandido e seus aliados eram renegados, ponto final. Hoje os tempos são outros, mas há quem viva ainda no tempo do gibi, onde um é bandido, outro é mocinho, também ponto final. Agora está instalado no território brasileiro, especialmente em MS, um chamado “conflito indígena” onde os personagens principais envolvidos, índios e proprietários, são apenas vitimas.

Mas há quem veja hoje no “conflito” apenas “mocinho e bandido”, numa visão simplória e maniqueísta, resultante de uma eficaz manipulação de interesses financeiros, ideológicos e antinacionais. O fracasso da política indigenista em governos sucessivos para promover o progresso das comunidades indígenas, encontrou na expansão das aldeias com confisco de propriedades legítimas, uma cortina de fumaça para encobrir o sol com a peneira: esconder seu fracasso e seu desinteresse em promover o progresso do índio na sociedade.

O ódio contra proprietários legítimos, pioneiros que defenderam as fronteiras e fizeram da região um imenso celeiro, é habilmente estimulado, de dentro de setores governamentais, por omissão e até conduta “renegada”, pois, numa visão do tempo dos gibis, coloca o índio como “mocinho” e o proprietário como bandido. Testemunha-se índios de fora baldeados à noite, em ônibus pagos sabe-se bem por quem, passando por cima da comunidade e lideranças indígenas locais, para invasões criminosas que se tornam exemplos. O ódio se sedimenta através do conflito montado, financiado, organizado.

O crime compensa, pois setores estatais ideologizados e pervertidos fazem entender que, assim, cumprem o mandamento ideológico de que “o conflito é o motor da história”. Organizações internacionais com fachada religiosa, cujas ações são mais que conhecidas até pelos órgãos de segurança, se regozijam e recebem mais dindins para suas ações. Índios são levados para beiras de estradas e abandonados, para exibir sua miséria e abandono, pelos quais os proprietários seriam responsáveis.

Quando crianças, se vivíamos “no tempo dos gibis”, talvez isso fosse até necessário, para separarmos o que era do bem e o que era do mal, sem maiores confusões. Mas hoje, adultos, imbuídos de autoridade, viverem e tentarem difundir a visão de mocinho e bandido, ajudarem a promover ódio entre brasileiros, compactuarem com crimes, se praticados por determinada etnia, desculpem-me, mas merecem o titulo de “renegados”, de perversos, pois são promotores da desintegração nacional. Sim, pois “pèr-vers”, de onde vem “perverso” é o contrário do pai, que é quem defende e integra, sem descriminação, a família. Promotores da desintegração, onde querem chegar?

(*) Valfrido M. Chaves é psiquiatra e produtor rural.

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