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Sonhando o futuro gerenciado por mãos de mulher

Por Maria Newnum (*) | 10/01/2011 13:51

O dia primeiro de janeiro de 2011 chegou iluminado pelas luzes da democracia. O Brasil e o mundo assistiram um fato histórico que sepultou, por definitivo, a ultrapassada concepção de que lugar de mulher é na cozinha.

Para o Brasil, com seus 121 anos de República presidido exclusivamente por homens, apesar de composto por uma maioria feminina, a chegada de uma mulher no comando do país tardou a efetivar-se. Contudo, nesse trajeto, a caminhada sobrepôs-se ao destino que hora se assiste conquistado por Dilma Vana Rousseff.

Primeiramente há de se destacar que, independente da atual Presidenta não ter cumprido a trajetória de sucessivas disputas nas urnas, sua dedicação desde a juventude às causas políticas, vislumbrando a construção de uma sociedade democrática e longe do “silêncio” brutal da ditadura, atesta que a chegada ao ponto de destino nem sempre faz jus ao caminhante.

Veja, por exemplo, histórias como as de Che Guevara, Martin Luther King e Frei Tito de Alencar Lima. Todos morreram antes de chegar ao destino. Frei Tito cometeu suicídio por não conseguir desvencilar-se dos algozes do mesmo regime da ditatura brasileira que manteve a atual Presidenta eleita por 3 anos em cárcere privado; submetida a pelos menos 22 dias seguidos de tortura física e pscológica. Daí, vale reafirmar que a caminhada sobrepõem-se ao destino. E o destino se faz no caminhar.

Os olhos da nação que marejaram ao assistir a Primeira Mulher assumindo a Presidência da República refletem o olhar de esperança para o futuro, onde mulheres e homens são desafiados/as a assumirem papeis de transformação em seus espaços de atuação, seja familiar, de trabalho secular, na educação, na política, e, em especial, nos espaços eclesiásticos; tão absortos pelo ostracismo obsequioso, que muito contribuiu para o mais vergonhoso período histórico no Brasil, marcado pelo regime militar e ditatorial do qual a Presidenta eleita é sobrevivente.

Não há porque esperar o surgimento de “mentes brilhantes” para guiar nossos passos ou mentes. Somos todos nós, mulheres e homens, dotados de brilhantismo próprio. Sermos Confessantes de uma “causa relevante” em nossos espaços de vivências é fundamental para orientar nosso futuro.

Se, a partir do dia primeiro de Janeiro de 2011, seremos governados/as por mãos de uma de mulher na Presidência e de mais 9 Ministras mulheres, é porque um dia houve um sonho...

Sobretudo, a ascensão de uma mulher vitimada pela ditadura militar, finalmente, fecha um ciclo de violência e inaugura um Novo Tempo. Tendo-a como Comandante das Forças Armadas Nacionais ver-se-á, sonha-se, a conclusão dos reparos às famílias das vitimas do regime militar; reparos esses, começados por seu antecessor, o também perseguido pela ditadura, Luiz Inácio Lula da Silva.

Sonha-se ainda com um Brasil livre de violência contra mulheres brancas, indígenas e negras. Sonha-se com punições exemplares, geridas pelas mãos dessa mulher, aos políticos corruptos que sugam do povo pobre o dinheiro destinado à saúde, habitação e educação. Sonha-se com um país mais justo, onde as prisões deixem de ser “depósitos de lixo humano” e se tornem, de fato, lugar de reabilitação e ressocialização...

Sonha-se, ainda, que o Brasil, gerenciado por mãos de mulher, seja absolutamente comprometido com todas as liberdades, inclusive a liberdade de imprensa e religiosa.

Vida longa à Presidenta Dilma Vana Rousseff. Deus Salve as Américas...

(*) Maria Newnum é pedagoga e mestre em teologia prática.

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