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Sunt Lacrimae Rerum

Por Rosildo Barcellos (*) | 17/11/2016 10:07

Já não é mais segredo que abro o meu dia abraçado a prosa heroica da manhã e continuo tentando ainda galgar os primeiros passos das letras, num mundo onde a situação financeira, a ambição e a ingratidão têm vozes mais altas e veementes do que a atenção, o carinho e as boas práticas de atenção ao ser humano. E a gratidão tem intimidade com a memória. Como ser grato a alguém se já esqueceu o que foi feito?

Considero então a memória como o registro passo a passo da nossa caminhada, de cada família, de cada um de nós, porque cada um de nós temos um percurso único na história da humanidade, mas com o singelo dever de deixar eternizado o seu significado, assim como escreveu Juvenal Arduini: “Viver é significar, não se morre quando se perde a vida mas quando se perde o significado”.

E quanto tem significado a vida de cada um de nós, eu porque escrevo e vocês porque leem. Acrescento o que Paulo Coelho Machado enfatizava: “As cidades são construídas pelos humildes e têm o seu rosto, cabe aos líderes, aos heróis, defendê-las, aos governantes melhorá-las”. E que aproveito e desejo êxito na arte de administrar, aos diletos Odilon Ferraz Alves Ribeiro, do Portal do Pantanal, Marcos Marcello Trad, da Cidade Morena, e Angelo Chaves Guerreiro, da Cidade das Águas, que em nome destes, abraço os demais que tenham interesses e horizontes abertos, sem tirar os olhos dos menos favorecidos e aquinhoados pela sorte, que ainda penam por um atendimento médico e por uma moradia digna.

E mais que isso, que honrem sua genealogia, que possa ser a mais simples, mas que tenha sido duradoura e heroica como a dos meus pais, ou de vários outros exemplos a citar, tal qual supedaneado na facúndia do então presidente da Academia Sul-Mato-grossense de Letras Reginaldo Alves de Araújo (que ocupa a cadeira 21 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, anteriormente honrada por Paulo Coelho Machado, e tem por patrono Arlindo de Andrade Gomes).

Quando trata do paladino do Pantanal Astúrio dos Santos, vitorioso por saber discernir o predador do artesão pescador, que necessita extrair das águas o seu sustento, reverenciando-a tanto quanto os demais sublimes elementos naturais alinhado a paixão das barrancas. e sobretudo por criar a cultura ambientalista agora já razoavelmente arraigada neste Estado, embora seja preciso ser mais bem praticada, pelo menos por três vertentes: erosão e queimadas (combate) e agrotóxicos (controle). E lembrar que a nossa declaração de amor tem de ser diária aos nossos pais, vivos ou mortos, retribuindo com o suor honesto do nosso trabalho.

E pra finalizar quero reafirmar que nossa vida deve ter alma, deve manifestar a alegria das gerações deve mostrar a garra de seu sobrenome e a determinação em busca de nosso real destino, por fim, não podemos, permitir que os “passos feitos” por todo aquele que comunga (ou comungou) da construção de nossa sociedade, sejam apagados pelo esquecimento. Não podemos, (como ouvi tantas vezes de Hildebrando Campestrini - a quem dedico este artigo e lembrado pela Prof. Me. Ferreira dos Santos Rosa) esquecer “é perder-se, é cancelar parte da vida”. Ao reverso, escrever é ato de sobrevivência, de permanência, de imortalidade. Afinal, somos imortais pela palavra.

(*) Rosildo Barcellos é articulista

* existem as lágrimas das coisas. Expressão de Virgílio (Eneida, I, 462). Nos grandes infortúnios até os seres inanimados parecem chorar.

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