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Teatro ou escola?

Por Heitor Freire (*) | 20/04/2015 10:07

Neste meu novo ofício, de escrevinhador, fico às vezes imaginando o que, na realidade, é a vida. Li um texto do Chaplin em que ele afirma que a vida é um teatro onde não se pode reprisar os papéis.

Mas, se assim for, no teatro da vida temos que ser protagonistas e não marionetes, conduzidos por outros. A pior escravidão que existe é a escravidão mental,que se observano comportamento das pessoas que são conduzidas pela onda dominante, tangidas como gado, ao sabor dos grandes interesses, sem parar para avaliar realmente o que se quer, o que se pretende.

Hoje vemos mais conhecimento e menos discernimento. Mais especialistas mas também mais problemas. Mais televisão e menos oração. Mais bens, menos valores. Mais mentira, menos verdade. Mais salários, menos moral. É mais que chegada a hora de mudar isso. Depende de cada um.

Aprendemos a sobreviver, não a conviver. Viver qualquer um vive, conviver é a ciência do comportamento que nos abre a porta para uma existência verdadeira.

Embora nós, às vezes, não nos demos conta disso, pode ser mesmo que sejamos todos atores no grande teatro da vida. Aparentemente atores sem script, sem papel determinado.Mas, na realidade, caso assim seja, devemos ser protagonistas das nossas peças, conscientes das responsabilidades por nossos atos.

Isso de procurar imputar aos outros as mazelas que nos acontecem é falta de entendimento do que é a oportunidade das nossas encarnações. Somos os únicos responsáveis por tudo que nos acontece. Nada é por acaso.

Prefiro pensar que a vida é uma grande escola, onde estamos todos voltados para o aprendizado constante, tendo como balizas a fé (instrumento intrínseco com que fomos dotados pelo nosso Deus), a gratidão (agradecendo sempre pelo dom da vida) e a integridade (comportamento que deve lastrear todos os nossos atos). Com essa base, essa trindade, erigimos a nossa construção mental e espiritual.

Dentro dessa dinâmica é nosso dever alimentar o nosso sonho; todo sonho necessita de ação para que possa ser concretizado. Sendo assim, devemos repensar constantemente nossos objetivos. As dificuldades interpostas em nossos caminhos servem para sacudir-nos, acordar-nos, levar-nos de volta ao curso dos nossos objetivos. Para isso, disciplina é fundamental.

Reciclar sempre é necessário para proporcionar-nos a oportunidade da evolução constante. É preciso entender que as conquistas nem sempre precisam ser grandiosas, porque o que precisamos permanentemente é enxergar o óbvio que está à nossa frente. E realizá-lo.

Penso que deve haver também um prontuário universal, divino, particular de cada um. Desde o princípio e para sempre onde deverão estar registrados todos os atos, intenções, pensamentos, palavras de cada um. E que deve, naturalmente, ser dinâmico como uma contabilidade celestial, marcando todos os débitos e créditos, atualizando constantemente o saldo que poderá ser devedor ou credor. Do que vai resultar o nosso merecimento.

E para realizar-nos, temos um motivo especial: somos todos irmãos, sem distinção de qualquer natureza, filhos de Deus e estamos vivos. E um único caminho: seguir em frente.

(*) Heitor Freire, corretor de imóveis e advogado

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