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Tecnologia aplicada ao esporte – lições que aprendemos

Por Nelson Campelo (*) | 18/01/2013 07:55

Copa do Mundo, Jogos Olímpicos - superação, esforço e coragem. Esses são todos os ingredientes necessários para que grandes eventos esportivos aconteçam, certo? Errado! Esses fatores são essenciais, mas existem muitos outros, além do envolvimento de milhares de pessoas, toneladas de equipamentos e muito trabalho.

A tecnologia é parte importante desse universo e os esportes impulsionam sua evolução. Melhorias constantes se aplicam desde os equipamentos usados nas diversas modalidades até a medição cada vez mais precisa dos movimentos. Ela está presente na preparação das equipes, nas roupas e instrumentos, na análise da meteorologia, na telemedicina, na avaliação de performance, etc.

Tratando-se de Copa e Jogos Olímpicos a necessidade de uma tecnologia de ponta fica ainda mais evidente, principalmente na área da comunicação. Para isso, é prioritário a construção de uma infraestrutura eficiente, que garanta automatização dos processos de comunicação e colaboração, com redes robustas e convergentes, mobilidade, comunicação unificada e multicanal.
Com o crescimento da consumerização e do BYOD (Bring your own device), as pessoas não se imaginam mais sem wireless, telepresença ou videoconferências. As informações são, cada vez mais, transmitidas e compartilhadas em tempo real e a infraestrutura precisa estar preparada. Agora, se essa demanda existe no dia a dia, imagine em um evento de relevância mundial.
O projeto precisa ter capacidade para unir diversas comunicações em ambientes variados, independentemente da tecnologia utilizada, alta disponibilidade, pessoal capacitado, estabilidade – falhas não podem inviabilizar a transmissão de dados e escalabilidade - os sistemas precisam crescer de maneira rápida e sem interrupções. Os usuários não exigirão nada menos do que isso.

Com a experiência adquirida na prática – a Avaya foi responsável pela infraestrutura de comunicação e rede de dados entre os estádios, centros esportivos e de imprensa das Copas do Mundo de 2002 e 2006 e das Olimpíadas de Inverno de 2010 - posso afirmar que neste tipo de evento as necessidades tecnológicas são tão importantes quanto na vida de qualquer grande corporação. Por isso todo processo de comunicação em tempo real precisa acontecer sem falhas, com uma arquitetura resiliente capaz de suportar o tráfego e operação em aplicações de missão crítica.

Nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno, realizados em Vancouver em 2010, foi desenvolvido um projeto que atendeu mais de cinco mil atletas, funcionários de mais de 80 países e mais de três bilhões de telespectadores. Nesse caso foi usada uma infraestrutura IP convergente, indicada para suportar uma enorme quantidade de atividade em um curto período de tempo. A hiperconexão deu suporte a mais de 15 mil linhas de telefone e fax, sete mil celulares, cinco mil rádios e 500 pontos de acesso sem fio – estrutura com o mesmo tamanho e complexidade da montada para um grande banco internacional.

Um cuidado a mais nesses eventos é com os picos de tráfego. Na chegada de uma corrida, por exemplo, existem centenas de fotógrafos tirando diversas fotos por segundo, que serão transmitidas em poucos minutos para o centro de imprensa. A rede precisa ter capacidade para lidar com essas flutuações de demanda.

Segurança e velocidade são outros fatores centrais. É comum essas estruturas serem alvos de ataques, que tem como objetivo impedir o tráfego de dados e o roubo de informações confidenciais. Porém, ocorrências assim não podem interferir no trabalho de um jornalista que precisa, por exemplo, fazer o upload de sua matéria durante o traslado do centro olímpico para o hotel.

Enfim, os eventos esportivos que o Brasil receberá farão um uso nunca visto da comunicação e da colaboração, e isso não é um privilégio nosso. A mobilidade é uma realidade cada vez mais presente e a ânsia pelo compartilhamento de informações movimentará a rede de dados do Brasil como nunca. Mas o fato é que a mobilidade não irá retroceder. A cada ano mais e mais pessoas terão acesso a dispositivos móveis e as próximas edições desses e de outros eventos serão mais movimentadas, exigindo tecnologias cada vez mais robustas, estáveis e escaláveis. Na hora de desenvolver um projeto complexo, pronto para suportar toda a demanda, a experiência é quase tão importante quanto a tecnologia. O Brasil conta com players preparados para esse desafio.

(*)Nelson Campelo é presidente da Avaya Brasil.

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