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Terceirização de TI: o governo como cliente

Por André Nascimento (*) | 07/10/2013 09:59

A terceirização de serviços de TI tem se mostrado uma tendência bastante vantajosa, especialmente para a Administração Pública. O Governo é um dos principais contratantes desses serviços, o que vem contribuindo para o fortalecimento desta prática nos demais setores da economia. Um dos principais benefícios da terceirização dos serviços de TI na Administração Pública diz respeito à possibilidade de transferir as atividades operacionais e permitir o foco nas atividades principais, visto que a TI é ainda é encarada como área de apoio na maior parte das entidades governamentais. Ao terceirizar as atividades de TI, o órgão transfere para uma empresa especializada essas funções, que serão mais bem executadas. O resultado é a melhoria na eficiência dos serviços prestados e também dos processos e atividades internos devido ao melhor suporte existente.

O aspecto financeiro é, sem dúvida, outro atrativo, graças à possibilidade de redução de custos e previsão de gastos. Em um primeiro momento, a terceirização dos serviços dispensa o processo burocrático e de custo elevado que as regras legais exigem para contratação e manutenção de funcionários públicos. Em um segundo momento, as limitações legais impostas à Administração Pública permitem que o governo seja amplamente beneficiado pela exigência de planos, programas e projetos para a participação em licitações. Assim, são definidos escopo, tempo de execução e valor estimado investido, oferecendo uma previsão de custos oferecendo uma previsão mais assertiva de custos.

Outro aspecto é que os Órgãos Públicos possuem uma forte dependência de suporte de TI por tempo integral. A terceirização diminui os custos gerais de TI, em vez de manter a tempo integral de uma equipe interna de suporte. Isto porque a terceirização de serviços cobra apenas quando os serviços são prestados, reduzindo consideravelmente os custos de TI. Além disso, a empresa terceirizada traz mais competência e especialização na área, já que geralmente, nas equipes públicas, faltam a especialidade e a atualização exigida pelo mercado de TI, algo dificilmente acompanhado pelas estruturas governamentais.

A atuação no Governo, entretanto, tem alguns riscos e desafios, que começam desde o processo de contratação, que tende a ser bastante demorado e que nem sempre prioriza as empresas que têm maior vantagem e capacidade técnica para atender às demandas. Muitas vezes, os aspectos legais “democratizam” excessivamente a concorrência e a contratação falha em selecionar a empresa mais adequada. Outro desafio é a segurança e privacidade da informação. Ocorrências, tais como: roubo de informações, invasões de rede por terceiros, perda de dados etc. são comuns e por isso a relação contratual deve prever os aspectos legais que mitigam essas praticas.

Mas o serviço para o governo tende a ser beneficiado pela continuidade. Devido à regulamentação dos contratos públicos – tanto para iniciá-los quanto para terminá-los – o governo está sempre disposto a fazer contratações de médio e longo prazo, o que tende a beneficiar o serviço pela continuidade com que é realizado. Para isso, a empresa contratada precisa estar atenta às leis, normas e decretos e garantir uma prestação de serviços de qualidade. É preciso praticar preços compatíveis com as exigências estabelecidas nos editais, atender a todas as cláusulas contratuais e trabalhar sempre com variáveis de risco e reservas financeiras, para lidar com eventuais atrasos no repasse de orçamento, morosidade nos processos de aprovação, entre outros fatores. Mas, acima de tudo, é fundamental primar pela excelência e qualidade contínua dos serviços prestados.

Em suma, a terceirização de serviços de TI tem benefícios e riscos que são significativos. A terceirização como uma tendência na Administração Publica está sujeita a continuar, por conta principalmente da redução dos custos e uma economia significativa de tempo nos serviços e suporte de TI. O que os empresários e administradores públicos devem fazer é avaliar o que é mais importante para eles. Por exemplo, se para um Órgão o mais importante é manter o controle interno de todos os processos de negócios do que a economia de tempo e dinheiro na terceirização, então é melhor para ele fazer tudo internamente. Privacidade e segurança são fatores muito importantes, especialmente em algumas linhas de negócios. O desafio para os fornecedores é eliminar os riscos críticos, tais como segurança e privacidade para garantir que os clientes se sintam confortáveis a percebam os benefícios da terceirização.

(*) André Nascimento é diretor da eWave Gov, unidade de negócio da eWave do Brasil especializada no atendimento ao Governo.

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