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Terceirização ou trabalho temporário?

Por Benedicto Ismael Camargo Dutra (*) | 15/05/2015 14:10

Época difícil. O artificialismo e manipulações do câmbio, controle do trabalho e outros fatores estão provocando a desindustrialização em vários países pela impossibilidade de uma concorrência equitativa. A questão é como recuperar o equilíbrio geral na produção, comércio, empregos, balança de pagamentos. Falta uma globalização humana que respeite as individualidades dos povos.

Com o dólar a preço de banana, os produtos importados ficam bem baratos, sendo que grande parte deles é produzida por mão de obra precária em inóspitas condições de trabalho, pois os exportadores visam o acúmulo de capital e fazem qualquer coisa para ter preço baixo. Por isso acabamos importando a precarização do trabalho, cujas relações vão sofrendo modificações impostas pela acirrada concorrência.

No Brasil, discute-se no Congresso a lei da terceirização, um outro nome dado para trabalho temporário, muito comum no Canadá e Estados Unidos, que simplifica as relações do trabalho e elimina o contrato permanente. O trabalhador é chamado quando a empresa tem encomendas ou serviços a prestar, e recebe durante certo período, geralmente mais do que receberia no Brasil. Se houver a justa remuneração pelo serviço prestado, o regime de trabalho temporário não se afigura como maldoso.

Em muitos países onde predominam condições precárias, o trabalhador tem de permanecer horas seguidas na empresa, muitas vezes executando uma tarefa repetitiva, recebendo o mínimo que os patrões se dispõem a pagar. O desarranjo e as manipulações do câmbio, o controle do trabalho e outros fatores estão impossibilitando uma concorrência equilibrada entre os países. Haveria mais condições para a paz e progresso se mecanismos garantissem relações de troca mais sadias entre os povos, visando o atendimento das necessidades humanas, inibindo o moderno mercantilismo que usa de meios impróprios para reduzir custos e acumular dólares.

Inegavelmente há um descompasso entre o progresso da tecnologia e a evolução humana. Os doutores das ciências e as elites governantes não conseguiram ou não se dedicaram com afinco a essa questão. Medos, insatisfação e ódios surgiram e cresceram, em vez do respeito e da consideração. Como modificar as mentes direcionadas para a competição e o conflito, conduzindo todos para a meta do progresso e do bem geral?

No passado, por incompreensões e conflitos, o dinheiro era execrado; agora se tornou poderoso ídolo da humanidade causando grandes distúrbios. É preciso entender a transitoriedade da vida, colocar o dinheiro no seu devido lugar e prosseguir construindo beneficamente, em todos os setores para eliminar as misérias e os conflitos. A natureza e seus recursos são a grande riqueza doada aos seres humanos para um viver pacífico e feliz.

A Criação, uma realização do Amor Divino, concede a oportunidade para o espírito humano se conscientizar e evoluir, através da responsabilidade de colher as consequências da própria atuação. Não é segredo para ninguém que os humanos têm agido com displicência e colhem o bom e o mau, nesta vida ou em outra, pois é da justiça maior. Os bens e o dinheiro são importantes, mas não poderiam ter sido guindados à posição de prioridade, pois a vida é mais do que a diminuta existência terrena.

Uma nova visão de mundo começa a se esboçar. Se as pessoas conhecessem o real significado da vida haveria o equilíbrio em tudo o que empreendessem, pois o homem é parte da natureza e deve respeitar as suas leis. Há de surgir a integração entre o homem e a Criação para favorecer o progresso, a paz e a felicidade.

(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, e associado ao Rotary Club de São Paulo. Realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros “ Conversando com o homem sábio”, “Nola – o manuscrito que abalou o mundo”, “O segredo de Darwin”, e “2012...e depois?”. E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

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