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Terror chapa-branca e ongueiro em MS?

Por Valfrido M. Chaves (*) | 23/09/2013 09:17

Avalie o leitor se, nesta República, já viu algo tão vergonhoso e nefasto à ideia de Nação integrada do que a postura do Ministério da Justiça e seu titular Ministro, somado ao ideologismo no Ministério Público Federal, face ao que a mídia denominou “conflito indígena”. Com a promoção desse "conflito", todo o abandono, marginalização e desprezo pelo desenvolvimento das comunidades indígenas que marca a atuação da Funai, são encobertos e esquecidos tanto pela mídia quanto pelos próprios índios. Mais ainda: a propriedade legitima torna-se a vilã nessa manipulação ideológica.

De um lado vemos indígenas com ou sem terras, cuja culpa maior é serem descendentes de nossos primeiros habitantes e, por isso, punidos pela União, inclusive nestes dois últimos governos, pela falta de educação, saúde, qualificação e incentivo para o trabalho, proteção contra a droga, o tráfico, cachaça. A carie e a falta de dentes em nossos caros Terenas e as choupanas em que a maioria vive retrata a situação, diante a qual o Estado responde com um sacolão eleitoreiro e de segunda classe.

Nas aldeias em Taunays, Aquidauana, seduzidas para invasões de propriedades tão legítimas quanto as aldeias, é incompreensível a extensão das áreas sem aproveitamento, sem cultura alguma. Há 20 anos o comércio local era abarrotado com milho e arroz produzido nas aldeias, fato que, hoje, é apenas uma lembrança. Em quase 300 mortes violentas de índios em MS, 92% delas resultam de richas entre eles próprios, enquanto entidades estatais e religiosas, Funai, Cimi, CNBB, espalham mundo a fora que tal carnificina se deve a “conflito por terras”. É um insulto a todos nós e à verdade, para encobrir o fracasso da União na promoção do progresso de nossos índios.

Ouvindo frases promovidas pelo Cimi e MPF, como “lei terena”, “retomada”, proprietários aterrorizados são escorraçados de casa como nem bandidos o são, sob ameaças explicitas de mais invasões , para desespero de quem cumpre as leis, trabalha, produz. Mas há gozo ideológico pelos “avanços” dos que manejam as cordas ideológicas no aparelho estatal, nos altos escalões do governo Dilma e ONGs com fachada religiosa. Índios que trabalham e se sustentam estão proibidos de adentrarem na “Retomada Esperança”, pois “ajudam os fazendeiros”.

Testemunhei veículo oficial baldeando, à noite, índios para “retomarem” a “Fazendinha”. A reintegração de posse em Buriti foi recebida por um esquema de guerrilha, claramente para matar policiais federais, levando à reações de conseqüências imprevisíveis.

Nas reuniões com presença do Ministro ou noutros momentos, seja por covardia pessoal ou compromisso ideológico, nem este ou qualquer autoridade do setor, inclusive do MPF, lembraram às partes postas em conflito pelas omissões do Estado, que vivemos num Estado Democrático e de Direito e quais as conseqüências disso nas ações de quem quer que seja. A pratica de crimes e violações constitucionais estão factualmente liberadas e protegidas, inclusive, pasmem, pelo Judiciário.

As lideranças rurais estão pouco mais que paralisadas, mas seria injustiça não nos referirmos às bravas atuações do Chico Maia, Dep. Mandetta, Senadores Delcídio e Figueiró, a Ong Recovê. Em fim, mediante explicita participação de setores do Estado brasileiro, tomado de ideologia que traz em seu DNA o “terror de Estado” que é a marca do marxismo leninismo, com a benção estranhíssima de setores religiosos, todos vemos o ódio, o conflito, a violação de direitos se alastrarem, com método, propósito e verbas.

Para seus promotores, isso é um exemplo a ser seguido pelas massas em "conflitos" futuros que serão plantados, como hoje, à sombra do poder estatal. O Senado está com data marcada para encarar essa vergonha partejada por setores do Estado brasileiro. Veremos o Senado invadido, “ocupado” e amedrontado pelos manipuladores de sempre, com chapa branca ou religiosa?

(*) Valfrido M. Chaves é psicanalista e pós graduado em Politica e Estratégia.

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