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Terrorismo de Estado em MS e seu DNA ideológico

Por Valfrido M. Chaves (*) | 02/09/2013 09:07

Emergimos de uma natureza em que impera a competição selvagem, no reino da biodiversidade: afinal, quem não sabe que sob uma grande árvore só nasce guanxuma? Tal origem, fatalmente presente em nossa memória celular, talvez tenha pesado para que a história humana fosse marcada pela competição, conquistas e domínio dentro dos grupos, entre os grupos e entre as sociedades. A paz entre indivíduos, grupos, tribos e nações em que as leis impedem a barbárie é uma árdua conquista da civilização.

Um elemento da natureza, domesticado pelo homem emergiu na História como um grande companheiro em suas conquistas: o cavalo. Em quaisquer civilizações, lá está o cavalo, na paz e na guerra, com a lança ou o arado, ao lado do homem. Assim foi entre os antigos egípcios, persas, gregos e troianos, cartagineses e romanos, apaches e guaicurús, não havendo epopéia humana sem os rastros da cavalaria. Assim se deu também em Mato Grosso do Sul, sendo o que explica a afeição e respeito que nossos pioneiros têm para com o cavalo.

Faz parte da história de nosso Estado, que o efetivo domínio brasileiro sobre esta região tenha se dado após a chamada Guerra do Paraguai, que dessangrou povos irmãos. Nela, destacou-se uma aguerrida cavalaria riograndense que, por anos a fio, defrontou-se com a destemida tropa paraguaia.

Nas lides de guerra, os guascas centauros (ser mitológico, metade homem, metade cavalo), conheceram e se encantaram com a região, a Vacaria, Pantanal e Fronteira, permeadas de extensas pastagens naturais e povoada por vasto rebanho de “gado bagual”. Muitos, voltando aos seus pagos apenas para buscar suas traias e famílias, para este nosso Sul retornaram, de armas e bagagens, se estabelecendo nas terras do Império e garantindo as novas fronteiras.

Um desses capitães de guerra, que lutara anos a fio num portentoso cavalo, volta com a montaria à sua querência. Porém o animal, estropiado pelos anos de guerra e pelas longas viagens, perece. Aqui chegando, o guerreiro guasca (gaúcho da fronteira) requer as terras da Coroa e funda sua posse, que nomeia “Fazenda 94”. Era 94, caro leitor, a marca do Império, a ferro, que o brioso cavalo de guerra trazia na paleta e que, assim, teve sua memória perpetuada pelo guerreiro reconhecido.

Estas são as raízes de um povo orgulhoso de sua história, de seu papel no estabelecimento e defesa destas fronteiras brasileiras e que, hoje, está sendo tratado por grupelhos ideológicos, burocratas desenraizados, arrivistas e organizações internacionais financiadoras de invasões, como reles “ladrão de terras de índios”.

Estes nossos irmãos para com os quais toda a Nação está em dívida, mas que estão sendo usados como arma de uma modalidade de “terror de Estado” com objetivos ideológicos, ou seja, promoção de ódios e conflitos entre brasileiros. Terror de Estado, leitor, porque é o Estado brasileiro que, perversamente, ora consente e ora promove essa traição à nação brasileira. Objetivos ideológicos, porque os agentes dessa infâmia, sob a sombra do poder estatal e mantos religiosos, entendem que “o conflito é o motor da história” , na marcha para o socialismo.

Daí a promoção de humilhações e abusos impunes contra aqueles que, com dignidade, lotam os celeiros com os quais o governo Dilma arrota gabolices e esbanja verbas secretas, portos e perdões de dívidas no exterior. Além do holerite dos que promovem e acobertam os ódios e vandalismo aos quais chamam de “avanços da práxis revolucionária”. Lembremos ainda que, se toda ditadura pratica o “terror de Estado”, os regimes totalitários fascista e comunista levaram tal terror ao seu máximo. Seus herdeiros ideológicos no poder no Brasil, demonstram trazer em seu DNA a mesma tendência ou instinto.

Isso se demonstra na sistemática violação de direitos constitucionais à sombra do Estado brasileiro, como vimos em Sidrolândia e Aquidauana, onde os proprietários Ricardo Bacha, Jucimara, Mônica, Mirian, foram submetidos ao terror por milicias indígenas, expulsos de suas casas e da Constituição, mediante a cúmplice indiferença dos entes estatais que, necessariamente teriam que se manifestar face a tais violações.

O terror indígena torna-se inimputável e servirá de modelo e exemplo para futuras violações. O MPF e Funai definem o quadro como “retomada”. Não é invasão, seria algo legítimo. Porque não é a casa deles, talvez.

(*) Valfrido M. Chaves é psicanalista e pós graduado em Política e Estratégia.

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