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Trocar ‘rolezinho’ por ‘rolezão’, nem pensar.

Por Ruy Sant’Anna (*) | 27/01/2014 10:19

Parabéns à OAB/MS que mais uma vez reafirma sua presença vigilante no amparo à lei e à ordem com atenção às garantias da sociedade como um todo. Se os shoppings centers têm o direito à segurança, não podem se esquecer da obrigação de atender ao direito de ir e vir dos seus frequentadores. Novamente cabem as perguntas que fiz noutro artigo sobre este mesmo tema. Quais seriam os critérios para selecionar os frequentadores do shopping? Não repetirei as perguntas para não ficar muito longo este artigo.

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul (OAB/MS), sempre atenta aos questionamentos da sociedade, constituiu uma Comissão para acompanhar e atuar, em caso de necessidade, no ‘rolezinho’ programado para o próximo domingo (26) às 16h20m. O coordenador dessa junta é o advogado Eduardo Pereira Brandão Filho, de plantão com seus colegas. As medidas cabíveis foram analisadas ontem.

O melhor ponto de partida para lidar com os ‘rolês’ é o descarte das soluções que agravam o problema. Isso, graças a Deus e à determinação do juiz em substituição da Vara da Infância, Juventude e do Idoso, Roberto Ferreira Filho, foi conseguido através da sua decisão que negou pedido de liminar para vetar o ingresso de crianças e adolescentes no Shopping Campo Grande. Essa sábia medida por certo evitará apavoramentos, ou ainda pior, colocar alguns deles em confronto a uma determinação judicial. É o que se espera.

Olha, pra mim, tem até uma música que caberia perfeitamente, como Hino dos Rolezinhos, seria aquela dos ‘Mamonas Assassinas’, que originariamente mais espelha o ânimo das crianças e jovens nos rolezinhos pacíficos, alegres e amorosos. Seria:

"Esse tal Chópis Cêntis
É muicho legalzinho
Pra levar as namoradas

E dar uns rolezinhos". As crianças, não viram os shows e apresentações dos ‘Mamonas Assassinas’ e alguns desses jovens nem se lembrem dos ‘Mamonas’. Mas, sem saudosismo, não só essa canção encarna a despretensão e o espírito singelo e brincalhão dos rolezinhos originários, como os próprios membros dos ‘Mamonas’ encarnavam esse espírito aberto. Acredito que são raros os que foram contra os ‘Mamonas Assassinas’. Embora alguns adultos de hoje de corações e mentes endurecidas não creiam na singeleza da alegria dos que têm tanto pouco na vida.

Gente, o que eles querem é muito simples e barato e chama-se divertimento. Claro que é preciso estrutura, segurança, e plantão para atendimento médico, como qualquer festa de tal porte. Poder-se-ia instituir até alguns prêmios, nada caro, mas atrativos para os eventos.

Cometi erro em outro artigo ao sugerir a realização de eventos para os jovens em praças públicas. Por isso peço desculpas, pois esses não são locais adequados, devido às vizinhanças.

Tais festas poderiam ser feitas em algum local público como ginásio esportivo ou clubes ou até na Avenida Fernando Correa da Costa ou na Praça do Papa, com entrada gratuita e segurança etc. Locais não faltam. Só falta dar vazão à alegria e contentamento para esse público com muita sede de ser feliz.

A empresa administradora do Shopping Campo Grande pecou pela falta de comunicação. Deveria ter se comunicado com os jovens por meio da imprensa. Não de maneira ameaçadora que só pioraria a situação. Mas sendo clara e objetiva no acolhimento aos jovens explicando-lhes a sua responsabilidade junto àquela rede de lojas, como dos lojistas e seus funcionários, com a segurança de todo o público que frequenta tal estabelecimento comercial. Caberia ainda a explicação do pedido judicial que garantiria a paz no local evitando a ação infiltrada de alguns baderneiros. Acredito que ninguém ficaria arrepiado com tal esclarecimento. ‘Di bôa’...

É preciso muita calma e observação com cabeça fria. O que não deve ser feito é trocar-se o rolezinho pelo ‘rolezão’. O que seria o abuso de marmanjos em ação criminosa para depredar, sequestrar, e mais o que lhes possa ocorrer na cachola para atos criminosos. Fora as cretinices dos que queiram tirar ‘proveito’ eleitoral de situações extremas ao tentarem badernar colocando a polícia em confronto com os ‘rolês’.

Assim, como creio que tudo está se ajustando para um domingo feliz, com beijos, abraços e entrosamentos à administradora do Shopping Campo Grande, dou aos lojistas, vendedores, seguranças, varredores, ao senhor juiz Roberto Ferreira Filho, à OAB/MS através do advogado Eduardo Pereira Brandão Filho, e aos ‘rolezeiros’ ‘di bôa’, o meu bom dia, o meu bom dia pra vocês, com muita paz, amor e alegria.

(*) Ruy Sant’Anna, jornalista e advogado.

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