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Vida nova, por Heitor Freire

Por Heitor Freire (*) | 22/07/2011 06:04

Campo Grande tem cinco entidades basilares em sua história. Pela ordem de antiguidade: a Santa Casa, a Associação Comercial, a Associação dos Criadores (Acrissul), a Sociedade Hípica (embrião do Jockey Club) e o Rádio Clube.

Essas associações, frutos do idealismo e da força criadora dos nossos mais antigos habitantes têm em sua semente e em sua criação a demonstração clara do amor e da vontade de contribuir para tornar a nossa cidade um lugar maravilhoso para se viver e trabalhar. Gente disposta ao trabalho e afeita a enfrentar desafios e a vencê-los.

Hoje vamos tratar da Sociedade Hípica Campo-Grandense. Foi fundada em 1944, por Moacir Rolim, localizada em uma área de 10 ha cedida pela Acrissul, na época presidida por Eduardo Olimpio Machado, onde ficou até 1981, quando mudou para sua sede própria.

Passou por um período de decadência de 1958 a 1964, quando foi reativada por Silas Barbosa, chegando a ser o quarto jóquei em arrecadação no Brasil. E assim, na sua história passou por altos e baixos. Neste último período estava novamente em baixa, em estado de insolvência, quase buscando um coveiro.

Eis que surge um salvador, Jamil Name, para, como faziam os deuses mitológicos, renascê-lo das cinzas como uma nova Fênix. Cada oportunidade é a promessa de um recomeço e a maneira de transformar em dádiva cada desafio da vida. Este é o propósito a que se propõe Jamil Name. Não foi por acaso que denominou a sua chapa: Renascimento. O sucesso é a capacidade de realizar nossos desejos.

Ante essa situação totalmente adversa, Jamil Name parece que ouviu o discurso de Ralph Waldo Emerson, sobre a autoconfiança: “Confia em ti. Todo coração vibra em consonância com essa corda de ferro”. A natureza contagiante de uma atitude corajosa por parte de alguém pode inspirar um grupo inteiro. É o que está acontecendo.

Para mim foi muito gratificante participar da Mesa Eleitoral para eleição da nova diretoria do Jockey Club, presidida por Carlos Augusto Melke, tendo como mesários Edson Chaia e Osvaldo Ferreira Dutra. E eu como secretário juntamente com Leôncio de Souza Brito Filho. O local foi o salão tradicional do Rádio Clube, onde ficamos das 9 às 18 horas do dia 8 último. Deixando de lado nossos afazeres, ganhamos um dia contribuindo para que a eleição transcorresse naturalmente.

Nessa eleição devo destacar três votos: o primeiro de da. Zilá de Queiróz Pereira, viúva de Aguiar Pereira de Souza – cujo nome denomina o nosso hipódromo –, filho de Etalivio Pereira Martins, presidente de honra, que, apesar de sua idade avançada, fez questão de comparecer, de votar e de abraçar o Jamil Name, desejando-lhe sucesso nesta espinhosa missão: resgatar o Jockey Club.

O segundo voto que destaco é o da minha professora de geografia na 1ª série ginasial, em 1952, no Colégio Osvaldo Cruz, Viviane Bittencourt Pedrosa, viúva do dr. Delmiro Pedrosa, recentemente falecido. Compareceu acompanhada de um neto.

O terceiro voto que destaco é o do senador suplente, Ruben Figueiró de Oliveira, sócio remido da antiga Sociedade Hípica, que fez questão de comparecer e votar. Foram 85 votos conscientes consagrando, por unanimidade, a chapa liderada por Jamil Name.

A escolha do local de votação foi elogiada por todos: o salão tradicional do Rádio Clube, palco de tantos e memoráveis bailes de carnaval e também de saudosos réveillons, momentos de alegria e grandes comemorações. Quase se ouviam os ecos dos burburinhos dos momentos ali vividos.

O que aconteceu nesse dia foi um reencontro de amigos: pessoas que não se viam há anos, unidas pelo ideal de reativar o Jockey Club. Ficou manifesta a disposição de trabalho da diretoria e a solidariedade dos eleitores. O trabalho é o esforço aplicado, e o sentido fundamental do trabalho não é aquilo por que lutamos para viver, mas o que fazemos com nossa vida.

E agora no verdor dos seus 72 anos, Jamil Name assume um novo desafio: reerguer o Jockey Club, recuperando-o fisicamente, economicamente, financeiramente para transformá-lo de novo naquilo que sempre foi: local de encontro do nosso povo, da nossa comunidade, reativando o seu restaurante, e, naturalmente restabelecendo as corridas de cavalo que tanta alegria proporcionaram.

Para isso, conta com a participação de todos. Já tem programada uma corrida para o próximo dia 26 de agosto, para assim também comemorar o aniversário da nossa cidade.

Vamos ajudá-lo.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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