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Cidades

Pesquisa mostra queda no número de mortos em confronto policiais em MS

Levantamento em 15 unidades mostra a aumento em 10 Estados entre março e abril; em MS, redução foi de 63,64%

Silvia Frias | 29/06/2020 07:32
Envolvido em atentado morto em confronto com a polícia, em abril, em Dourados (Foto/Arquivo: Adilson Domingos)
Envolvido em atentado morto em confronto com a polícia, em abril, em Dourados (Foto/Arquivo: Adilson Domingos)

Levantamento feito com 15 unidades da federação mostra crescimento de 26% de mortes por policiais em março e abril. Deste total, apenas três apresentaram queda, entre eles, Mato Grosso do Sul, em que quatro pessoas foram mortas em intervenções no período, enquanto que, em igual período de 2019, foram 11.

A pesquisa foi feita com as secretarias de segurança dos Estados e aponta que houve 1.198 mortes em decorrência de intervenções policiais no bimestre, 26% a mais que as 949 mortes contabilizadas de março a abril de 2019. Os óbitos ocorrem em período que, teoricamente, há menos pessoas em circulação nas ruas, por conta das restrições de mobilidade em decorrência do novo coronavírus (covid-19).

Dos 15 estados pesquisados, 10 tiveram aumento, três registraram queda e dois ficaram estáveis. Em MS, a queda é de 63,64%. Os outros dois foram Paraíba (-71,43%) e Pará (-5,36%). A maior variação foi registrada o Amazonas, 425%, passando de quatro para 21 no período e, o Ceará, 87,50% (24 para 45).

De acordo com pesquisa do O Globo, no resto do País, o aumento foi alavancado em abril, que registrou 719 mortes, frente a 477 em 2019. O volume expressivo de mortes por ações da polícia em abril fez com que o primeiro quadrimestre do ano superasse o do ano passado — até março, os dados indicavam uma queda em 2020. Já o volume total de crimes violentos letais intencionais (homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte) cresceu 8% em abril frente ao mesmo período de 2019.

Especialistas apontam razões diversas para o crescimento da violência policial. Um dos pontos levantados é a redução da “vigilância social”, com a menor circulação de pessoas, o que pode ter “encorajado” comportamentos mais violentos de policiais.

O coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, afirma que o esvaziamento das ruas teve um peso no aumento. “Temos um menor nível de controle social da atividade da polícia quando há menos gente na rua. Nos últimos anos, cresceram os registros em vídeo de abuso por parte das forças policiais. Em meio a uma pandemia, em alguma medida, há redução das pessoas na rua, diminuindo esse controle social”.

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