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Cidades

"A patrola vai nos levar junto", dizem pessoas sobre reintegração de posse

Graziela Rezende | 04/09/2013 17:45
Morador fala do medo de ser despejado em bairro da Capital (Foto: Cleber Gellio)
Morador fala do medo de ser despejado em bairro da Capital (Foto: Cleber Gellio)

Uma possível reintegração de posse em três casas na rua Dom Duarte da Costa, bairro Rita Vieira II, em Campo Grande, nem preocupa os moradores do local, que afirmam que a “patrola terá de levar as pessoas junto, caso tente qualquer retirada”. Por um lado, a prefeitura diz que o terreno é de sua propriedade e ali seria feito uma bifurcação de avenidas. Já os sobreviventes garantem ter comprado a casa, sendo que o mais antigo está lá há dezoito anos.

“Tenho idade avançada, estou doente, mas sei das coisas. Se quiserem me tirar daqui, imediatamente vão ter de me dar outra casa”, comenta José Clemente, 70 anos, enquanto limpa o terreno. Viúvo, ele diz que há dez anos comprou a casa, após cuidar de outro senhor já falecido.

Na mesma rua, está Joelma Souza Messias, 36 anos. Há oito anos, ela comprou um pequeno imóvel no valor de R$ 1,5 mil. “O homem passava por muitas necessidades e me vendeu o terreno. Não tenho nenhuma dúvida que vou junto com a máquina se quiserem me tirar daqui, principalmente porque não tenho para onde ir”, comenta Messias.

Atualmente, ela vive com o marido no local e está desempregada. “Tenho filhos de outro casamento e nem trouxe eles por falta de condições. Só consigo trabalhos temporários e por isso as dificuldades. Então imagina se eu ficar sem teto e emprego?”, argumenta Messias.

Eles disseram que não receberam notificação e a retirada aconteceria nesta quarta-feira (4). Segundo o major Marcos Paulo Gimenez, a Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) recebeu um ofício e participaria da ação, porém, horas antes, a reintegração foi cancelada.

“O oficial de Justiça nos informou que não tinha como fazer, principalmente porque eles foram pessoalmente ao local e constataram que o primeiro morador se trata de uma pessoa idosa, com saúde debilitada e que dessa maneira fica inviável a sua retirada”, diz o Major Gimenez.

Moradora ficou sabendo de reintegração, mas está com medo de despejo (Foto:Cleber Gellio)
Moradora ficou sabendo de reintegração, mas está com medo de despejo (Foto:Cleber Gellio)
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