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Cidades

"Aí, ela não acordou mais", conta garoto que viu irmã ser morta

Lidiane Kober e Filipe Prado, enviado especial a Bandeirantes | 20/09/2014 08:58
No dia em que completou 7 anos, o menino viu a irmã ser agredida pelo padrasto e desmaiar várias vezes (Foto Marcos Ermínio, enviado especial a Bandeirantes)
No dia em que completou 7 anos, o menino viu a irmã ser agredida pelo padrasto e desmaiar várias vezes (Foto Marcos Ermínio, enviado especial a Bandeirantes)

No dia em que completou 7 anos, o garoto viu a irmã, de 2 anos, ser agredita pelo padrasto Fernando Floriano Duarte, 33, e, minutos antes de ver os olhos da menina fechar, deu-lhe água gelada e a consolou com carinhos.

O menino assistiu as supostas agressões do padrasto e se declarou outra vítima. O relato ao Campo Grande News ocorreu durante o velório da irmã, na sexta-feira (19), em Bandeirantes, a 70 quilômetros de Campo Grande.

O menino contou que Fernando jogou a irmã várias vezes no chão. Com as quedas, a menina teria desmaiado mais de uma vez.

Preocupado, o irmão disse que chegou a perguntar para o padrasto se tudo estava bem. Em resposta, Fernando disse que a criança caiu. “Mas eu vi ele jogando ela no chão”, insistiu.

"Também pisou na minha barriga, me bateu e jogou a bebê em cima de mim e machuquei minha boca", diz garoto (Foto: Marcos Ermínio, enviado especial a Bandeirantes)
"Também pisou na minha barriga, me bateu e jogou a bebê em cima de mim e machuquei minha boca", diz garoto (Foto: Marcos Ermínio, enviado especial a Bandeirantes)

Diante da acusação, o padrasto teria torcido o braço do menino. “Também pisou na minha barriga, me bateu e jogou a bebê em cima de mim e machuquei minha boca”, relatou o garoto.

Depois das agressões, Fernando teria jogado a menina em cima da cama. “Ele bateu nela, jogou em cima da cama e saiu, ela chorava muito, então, peguei uma água gelada, dei a ela e fiz muito carinho. Aí desmaiou e não acordou mais”, relembrou o menino.

Ao lado da família, ele se despede da irmã. A morte brutal da menina gerou comoção e parou Bandeirantes, a 70 quilômetros da Capital. A cidade é a terra natal da mãe da criança e local onde a bebê foi velada, ontem (19). Até as escolas do município fecharam as portas em sinal de luto.

Acusado do crime, Fernando foi preso e, ouvido na delegacia, negou ter agredido e estuprado a menina. Ele disse que estava limpando o jardim da casa onde vivia com os enteados e a mulher, quando a menina chegou e o atrapalhou. Ele contou à polícia que mandou ela ir para dentro da casa, foi aí, segundo ele, que a menina tropeçou e bateu a cabeça no sofá.

Essa é a justificativa do suspeito para o grande hematoma encontrado na parte de trás da cabeça da criança. No entanto, os levantamentos iniciais da perícia dão conta de que há vários hematomas nos braços da bebê. Depois do crime, o homem trocou de roupa, saiu de casa foi até um bar beber e ainda raspou a cabeça.

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