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Cidades

A "14 de julho" do Tijuca, avenida Souto Maior está lotada de comércios

Graziela Rezende | 29/09/2013 07:47
Em 7 anos na avenida, empresária saiu do aluguel e está com loja própria. Foto: Marcos Ermínio
Em 7 anos na avenida, empresária saiu do aluguel e está com loja própria. Foto: Marcos Ermínio

Considerada a “14 de julho” do bairro Tijuca, na saída para Sidrolândia, a avenida Souto Maior evoluiu muito nos últimos anos. Segundo os comerciantes, a “vida comercial” flui muito bem, embora a infraestrutura não tenha acompanhado o mesmo avanço. A média é de dez lojas para uma residência. E o interessante é que os empresários, em sua maioria, começaram pequenos e hoje já usufruem de sedes próprias e até filiais na região.

É o caso da família Trazzi, que de um pequeno mercadinho, hoje possui um grande comércio na avenida, que conta com depósito, açougue e até padaria própria. “Meu marido era pacoteiro e eu professora. Ele queria muito ter um negócio e estávamos guardando dinheiro. Na época, as ruas não possuíam asfaltos e aqui era uma região bem abandonada”, relembra a empresária Ana Luzia Espinosa Trazzi, 44 anos.

Assim que conseguiram o local, em 1995, foi inaugurado o mercado em um espaço de 100 m². Em pouco tempo, mais 50 m² para o funcionamento do depósito e, anos depois, a compra de uma área de 400 m². “A senhora dona do terreno, vizinha ao nosso comércio, não queria nos vender e tive de colocar o meu irmão na jogada. Ele foi o comprador e disse que era para a construção de uma igreja”, brinca a empresária.

Em pouco tempo, novos comerciantes foram surgindo, oferecendo variedades. De roupas a móveis usados. De peças para motos a telhas, passando por revenda de gás a salão de beleza. “A região realmente era carente, mas com o desenvolvimento passou a oferecer de tudo. E com isso infelizmente também chegaram novos problemas, como a violência e a infraestrutura desordenada”, explica Ana Luzia.

Falta de investimento - Vizinha de muitos comerciantes, mas também de matagais, cruzamentos sem a devida sinalização e ruas laterais sem asfalto, a empresária comenta a necessidade de um planejamento na região, citando inclusive um acidente com vítima fatal que ocorreu na semana passada.

“Com diversas lojas, também poderíamos ter mais ruas asfaltadas, uma praça para caminhada e policiamento. Nós, que pagamos impostos, temos de colocar piso tátil e outras exigências. Mas, ao mesmo tempo, toda vez que chove, temos que consertar o esgoto porque não temos rede. É algo desordenado”, avalia a empresária.

De pacoteiro a gerente do local, Adriano Souza Alencar, 34 anos, também fala do que ele chama de “clientes exóticos”. “Eles contam histórias da vida, passam horas aqui. Tem uma senhora inclusive que, de vez em quando, fica citando poesias. E aqueles que chegam gritando, chorando, falando dos problemas também acontece”, lembra Alencar.

O aumento de cinco para 30 funcionários também emprega moradores do Tijuca. “O mais legal aqui é que já promovemos dois casamentos. De caixa com repositor e de caixa com padeiro. É um período de muito esforço que também temos boas lembranças e só depois de 9 anos é que pude tirar as primeiras férias”, fala a empresária.

Há sete anos com comércio na região, Josefa Barros da Silva, 44 anos, diz que, como em todo local, os prazeres e desprazeres são muitos. “Fiquei seis anos em uma esquina, com uma loja de utensílios pequena na avenida Souto Maior, mas com “clientes fiéis”. Ali consegui um certo valor e agora estou com a minha loja própria”, fala a dona, apontando para o seu 1° espaço, cinco vezes menor.

“O crescimento também trouxe muitos assaltos, ameaças de mortes a comerciantes e até pichações. É por isso que digo ser muito necessário o policiamento. Mas estamos com um planejamento defasado. No projeto da prefeitura, dizem que o bairro Tijuca é asfaltado, mas é só andar um pouco por aqui para saber que isso não é verdade”, comenta Silva.

Ao todo, incluindo o comércio do marido, também na região, ela diz que abriga oito famílias. “Vivo e cresci do comércio. É aqui é gratificante as pessoas dizerem que temos de tudo, sem elas precisarem ir até o centro da cidade. E é por isso mesmo que precisamos ainda mais de melhorias”, conclui Silva.

Pequeno mercadinho deu lugar a espaço de 400 m², que acompanhou desenvolvimento da região. Foto: Marcos Ermínio
Pequeno mercadinho deu lugar a espaço de 400 m², que acompanhou desenvolvimento da região. Foto: Marcos Ermínio
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