Acidentes causados por embriaguez aumentaram no Estado
A Lei Seca completa amanhã um ano de existência e novos dados apresentados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) reforçam que em Mato Grosso do Sul a legislação não atingiu o objetivo de reduzir acidentes e mortes. Balanço divulgado revela ainda que houve aumento no número de acidentes causados por embriaguez.
De 20 de junho de 2007 a 19 de junho do ano passado foram registrados 64 acidentes causados por motoristas embriagados. Um ano depois, quando a Lei Seca entrou em vigor, a PRF contabilizou 93 acidentes por embriaguez, número que indica crescimento de 45,31%.
No mesmo período de 2007 a 2008 ocorreram 2.428 acidentes, que deixaram 1.798 pessoas feridas e 155 mortas. Já de 20 de junho de 2009 a 17 de junho de 2009, a PRF registrou 2.704 acidentes, com 1.961 feridos e 183 mortos.
O levantamento divulgado hoje a PRF indica ainda que houve aumento superior a 100% no total de multas por embriaguez. Antes da vigência da Lei Seca, 265 motoristas foram notificados e, depois de 20 de junho de 2008, o número foi de 579.
Para a PRF, os números não devem ser analisados "friamente" quando se avalia a eficácia da legislação. "Ao demonstrarmos a evolução da frota, o aumento das fiscalizações (multas, apreensões de CNH e flagrantes de embriaguez) e o aumento dos acidentes com ciclistas, motociclistas e pedestres, podemos supor que o aumento de tráfego e a melhoria nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul foram responsáveis pelo aumento nas estatísticas de acidentes, feridos e mortos. Com base nas variáveis que foram apresentadas, muito provavelmente as estatísticas de acidentes, feridos e mortos teriam resultado muito superior se não houvesse a ação governamental, por meio da Lei Seca, já que os índices estavam aumentando em grandes proporções a cada ano", diz a nota enviada pela Polícia.
A frota em Mato Grosso do Sul apresentou crescimento de 10,47% e no Brasil de 9,79%. Já o total de acidentes registrados no período de vigência da Lei Seca subiu 11,36%. A elevação no número de mortes no período em que a nova legislação entrou em vigor foi de 18,6%.