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Cidades

Administrador assume Funai sem dinheiro e após auditoria

Redação | 07/07/2010 15:12

O novo coordenador regional, Edson Fagundes, que assumiu a direção hoje em Campo Grande, tem nas mãos uma Funai desgastada pela falta de dinheiro e denúncias de sobra.

O órgão tem contas atrasadas, como de telefone, e auditoria realizada na coordenadoria regional da Funai em Campo Grande detectou diversas irregularidades no órgão responsável por mais de 40 mil índios no Estado. O estudo, realizado entre 23 de novembro a 15 de dezembro de 2009, por técnicos de Brasília, analisou todos os dados entre 2008 e 2009.

O resultado da auditoria mostra desinteresse e fragilidade nos processos financeiros do órgão, responsável por 40 aldeias nos municípios de Aquidauana, Miranda, Nioaque, Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti, Porto Murtinho, Corumbá e Brasilândia.

Ausência de cotação de preço, pagamentos feitos a uma mesma fonte duas vezes, pagamentos de diárias para servidores que não viajaram e diversos equipamentos que simplesmente sumiram são alguns dos pontos destacados.

Chama a atenção o fato de dois aparelhos celular Globastar, que opera via satélite, desaparecerem da Funai. A resposta dada aos auditores foi de que estão em "lugar incerto, não sabido".

Também sumiram quatro notebooks, oito máquinas de fotografia digital e três faróis para carro xenon, totalizando R$ 47.800 em materiais que não estavam no depósito da regional. Na auditoria, consta que os responsáveis avisaram que os materiais estavam em uma sala, escondidos, por conta de uma invasão de índios, em março de 2009.

Os índios iriam protestar por conta da demarcação de terras e um dos funcionários escondeu o material para não ser extraviado. Mesmo assim, no relatório da auditoria não consta que foram encontrados.

O festival Vídeo Índio Brasil também figura como destaque na analise. Não teriam sido feitas licitações para as despesas e apesar do evento ser em Campo Grande, há notas fiscais de empresas de Brasília, sem especificação do gasto.

A Funai de Campo Grande recebeu, em 2008, R$ 3.099.039,58 de verbas e gastou R$ 3.080.879,58.

No ano seguinte, as verbas foram de R$ 1.610.589,03 e foram gastos R$ 851.048,79. Durante o período da auditoria, a Funai Campo Grande teve três ordenadores de despesas: Claudionor do Carmo Miranda (de janeiro a 21 de novembro de 2008); Petrônio Machado Cavalcanti (22 de novembro a 21 de dezembro de 2008) e Jorge Antônio das Neves (22 de dezembro de 2008 a 17 de junho de 2009).

O presidente da Funai, Márcio Meira, solicitou explicações do órgão no dia 10 de maio. A resposta deveria ser enviada em até 30 dias.

A auditoria-geral respondeu que após o processo de auditoria, se não houver explicação, tem início os processos administrativos, mas não respondeu se isso vai acontecer na regional.

Novato

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