Adolescentes desafiam juíza e lotam Parada Gay no centro
Apesar de ser proibida pela portaria da juíza da Vara da Infância, Juventude e do Idoso, Katy Braun do Prado, os adolescentes formam a maior parte dos participantes na 8ª Parada Gay, que acontece na Praça Ari Coelho, no centro de Campo Grande.
Daqui a pouco, a ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul) inicia a marcha pelas ruas centrais da cidade.
Ontem, a juíza proibiu a participação de menores de 16 anos na parada e condicionou a dos com idade entre 16 e 18 anos de estarem acompanhados dos pais. Lésbica assumida, uma menina de 13 anos afirmou que foi ao evento com a autorização da mãe. Apesar de contar com o apoio da família, ela estava receosa da fiscalização e de ser detida.
Já outra adolescente, de 14 anos, foi à Parada Gay escondida dos pais. Ela saiu de casa pronta para ir à escola. "Se minha mãe soubesse que eu ia na parada, ela me amarrava ao pé da cama", contou, destacando que não é lésbica, mas simpatizante do movimento pela diversidade sexual.
"Não para tirar todo mundo", afirmou, sobre a portaria da Justiça para proibir a presença de menores de 16 anos no evento. "A metade aqui é de adolescente", ressaltou, sem temer a fiscalização.
Já outra menina, também de 14 anos, revelou que não teve problemas em ir. No entanto, ela desconfia que o pai seja gay. Revelou que os pais separaram depois do seu nascimento, sendo que ele mora no fundo da casa. "Acho que ele deveria assumir", contou.