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Cidades

Agentes das Uneis entram em operação padrão na capital

Redação | 04/02/2009 11:07

Os agentes de medidas socioeducativas das Uneis de Campo Grande iniciaram hoje uma operação padrão dentro das unidades. A medida é uma forma de fazer pressão para que o governo do Estado adenda as reivindicações da categoria.

Com a operação padrão, atividades consideradas não essenciais ficam suspensas. Os adolescentes não estão tendo aulas, recreação e nem banho de sol. Atendimento médico, alimentação e segurança estão garantidos.

Os próprios servidores admitem que o corte parcial nos serviços pode piorar os ânimos dos internos, já conhecidos por motins constantes nas unidades da Capital.

Segundo o presidente da Associação dos Servidores em Medidas Socioeducativas, Valdinei Figueiredo, a principal reivindicação é a efetivação do decreto que transfere a administração das Uneis da Setass (Secretaria de Assistência Social e Trabalho) para a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública).

"Isso é fundamentado, porque quando a gente leva as nossas demandas para a Setass, eles falam que a transferência está para ser concretizada e nos manda para a Sejusp. Quando a gente chega lá eles dizem que também não podem fazer nada porque a transferência ainda não aconteceu. Enquanto isso, a gente não sabe para que lado correr", reclama.

Figueiredo disse que as Uneis no Estado são uma "bomba relógio". "A indisciplina tomou conta das unidades, os adolescentes fazem chuchos [facas artesanais] e os agentes não têm nada para se defenderem, é essencial que os agentes tenham escudos e tonfas [tipo de cassetete que também serve para defesa] para a segurança pessoal".

A categoria ainda pede que os agentes ganhem o direito de portar arma de fogo para defesa pessoal fora das Uneis, o que é vetado pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Morte - Na semana passada, um agente que trabalhava na unidade de Três Lagoas foi assassinado com três tiros em um rua da cidade, o principal suspeito é um ex-interno de 15 anos de idade. O caso foi o a gota d'água para uma manifestação que ganha adesões em todo Estado. Quatro das nove unidades já paralisaram as atividades em Mato Grosso do Sul.

Nesta quarta-feira, a Unei Dom Bosco (Campo Grande) e de Três Lagoas anunciaram a paralisação. As unidades Novo Caminho, na Capital, e a unidade masculina de Dourados já haviam aderido ao movimento de greve. Ao todo, 200 dos 270 agentes estão paralisados.

A questão salarial também está na pauta. De acordo com Figueiredo, no ano passado o governo do Estado fez manobra e diminuiu o salário base, de quem ingressa na carreira, para R$ 680,00.

"Nós queremos a equiparação com o salário de agente penitenciário que é de R$1.400, pois nos temos funções idênticas", disse lembrando que os salários dos atuais agentes só não foram reduzidos por força constitucional e continuaram em R$ 1.151.

Um número maior de agentes por unidade também está sendo reivindicado. "Na Unei Dom Bosco nos tínhamos doze agentes há três anos, hoje são apenas seis", disse um agente que não quis revelar seu nome.

Para amanhã a Associação já marcou uma manifestação em frente a Unei Novo Caminho, que fica no bairro Los Angeles. "A partir das 8h30 nós já estaremos nos reunindo no local".

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