ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 32º

Cidades

Agepen já separa presos de acordo com pena e grau de periculosidade

Edmir Conceição | 30/08/2011 10:33

O motivo da prisão também entra nos quesitos da individualização, além da reincidência e circunstâncias do crime.

Sistema de individualização de celas de acordo com periculosidade do detento já funciona há dois meses no Presídio de Trânsito. (Foto: Divulgação)
Sistema de individualização de celas de acordo com periculosidade do detento já funciona há dois meses no Presídio de Trânsito. (Foto: Divulgação)

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) já iniciou o processo de separação de presos de acordo com a pena e o grau de periculosidade. A individualização já sendo aplicada no Presídio de Trânsito (Ptran) no complexo penitenciário de Campo Grande.

No Presídio de Trânsito os internos estão sendo alojados de acordo com o tipo de crime, de modo que cometeu tentativa de furto não fica junto dos condenados por tráfico, assaltos, estupros.

A experiência já dura dois meses no presídio. Como o próprio nome já diz, na unidade de trânsito ficam apenas os presos que ainda não foram sentenciados.

De acordo com a Agepen, o critério tem como objetivo a individualização da pena, como prevê a Lei de Execução Penal, além de facilitar na segurança do local.

De acordo com o diretor do Ptran, Acir Rodrigues, em um primeiro momento foi feito o levantamento da situação jurídica dos internos. “Com essa informação, foi possível quantificarmos cada artigo, verificar o perfil de cada um e iniciarmos a separação”, diz.

O motivo da prisão também entra nos quesitos da individualização, além da reincidência e circunstâncias do crime. “Nossa intenção é dificultar, ou mesmo evitar as influências negativas”, destaca.

Por outro lado, independentemente do artigo a que o preso está enquadrado, os grupos evangélicos são separados dos que trabalham no presídio, estrangeiros e idosos. Também foi tomado o cuidado, conforme Acir Rodrigues, de adequar o alojamento dos internos às possibilidades da família quanto à rotina dos dias de visita do presídio.

Com a separação dos custodiados, das 44 celas existentes (excluindo-se as disciplinares), 23 são destinadas especificamente aos presos por tráfico e aos que cometeram crime contra o patrimônio (furto, roubo, latrocínio e receptação). Um dos alojamentos é utilizado para abrigar os internos que dão entrada na unidade, permanecendo neste local até a realização da triagem necessária para a individualização.

O diretor avalia como positiva a experiência nesses dois meses de implantação. Segundo ele, com essa individualização melhoraram até as questões relativas à segurança, no sentido de identificar as lideranças negativas, bem como ter um maior controle sobre a massa carcerária.

Para o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Deusdete Oliveira, a individualização da pena é uma missão do sistema penitenciário que precisa ser levada em consideração. “Muito mais que fazer o interno cumprir sua pena sob a égide da lei, temos que manter um ambiente favorável, sem influências negativas para seu retorno à sociedade”.

Na opinião o diretor de Operações da Agepen, Pedro Carrilho de Arantes, a separação dos presos conforme o perfil é extremamente benéfica, principalmente para os primários e os de menor potencial ofensivo; e ainda facilita o trabalho dos gestores das unidades penais. “Fica mais fácil a partir do momento em que as regras são claramente estabelecidas”, nota. Segundo ele, a iniciativa será estendida às demais unidades penais, “resguardadas as particularidades da estrutura física de cada presídio”.

Nos siga no Google Notícias