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Cidades

Altos salários não bastam para que médicos atuem na saúde pública, diz sindicato

Bruno Chaves | 17/07/2013 17:09

Salários exorbitantes de R$ 20 mil, R$ 30 mil ou R$ 40 mil não são suficientes para fazer com que médicos atuem na saúde pública do interior do Estado e do Brasil. A falta de estrutura em unidades básicas de saúde e nos hospitais de pequeno porte faz com que os profissionais da saúde prefiram atuar nos grandes centros.

Segundo o presidente do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marco Antônio Leite, a falta de profissionais na saúde pública é causada, em sua maioria, pela falta de condições de trabalho. “Só oferecer altos salários não atrai. É necessário melhorar condições de trabalho”, avalia dizendo que não faltam médicos no Brasil.

Para Marco, “não se pode colocar um estetoscópio no pescoço e sair para fazer um atendimento ou cirurgia”. Ele conta que muitos locais de trabalho não oferecem medicamentos, laboratórios e até aparelhos de raio-x. “Como um médico vai fazer diagnóstico de pneumonia em uma cidade que não tem raio-x?”, questiona.

O problema da infraestrutura das unidades públicas de saúde e dos hospitais de pequeno porte também é relatado pelo presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Douglas Figueiredo.

Para Douglas, a falta de recursos faz com que exames simples, como tomografia e ressonância magnética, demorem até um ano para serem realizados. “Em muitos casos, o SUS (Sistema Único de Saúde) não realiza, o município não tem receita e o cidadão acaba tendo que recorrer à Justiça”, lembra.

Com essas explanações, tanto o presidente do Sinmed-MS, como o da Assomasul, apontam que salários altos não são o suficiente para manterem um profissional atuando no setor público do interior. “O médico pode até ir para o interior, mas fica lá por três ou quatro meses e retorna”, conta Marco.

Por isso, para que a saúde pública funcione, de fato, é necessário que se “faça um estudo macro”, conforme o entendimento de Douglas. “Vai crescer o número de médicos e tem que crescer a oferta de recursos, já que o número de exames, cirurgias e medicamentos também irão aumentar, além de sobrecarregar mais”, opina.

Programa Mais Médico – Depois de ser lançado pelo Governo Federal no dia 8 de julho, o Programa Mais Médicos registra em sua primeira semana a inscrição de 11.701 médicos, além de 753 municípios inscritos.

Do total de profissionais que deram início ao cadastro, 9.366 se formaram no Brasil e 2.335 no exterior, 10.786 são de nacionalidade brasileira e 915 estrangeiros. Lançado pela presidenta da República Dilma Rousseff na semana passada, o programa ampliará a presença de médicos em regiões carentes, como municípios do interior e periferias de grandes cidades.

Quem tiver interesse no programa pode se inscrever até o dia 25 de julho no site do Ministério da Saúde, www.saude.gov.br. Os médicos participantes receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, ajuda de custo e farão especialização em Atenção Básica.

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