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Cidades

Aluno de Universidade particular é docente do curso de Direito da UFMS

Paula Vitorino | 24/05/2011 12:57

Acadêmicos da Federal fizeram protesto nesta manhã contra falta de transparência e censura da Universidade

Acadêmicos percorreram Universidade para protestar. (Fotos: Divulgação)
Acadêmicos percorreram Universidade para protestar. (Fotos: Divulgação)

Com mordaças, roupas pretas e faixas em mãos os acadêmicos do curso de Direito da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) protestaram contra a censura, nesta manhã. Os estudantes percorreram o corredor central da Universidade até a secretária acadêmica, entoando gritos de censura. Cerca de 150 alunos participaram do manifesto.

Os acadêmicos protestam contra a falta de transparência, a censura e o abuso de autoridade de alguns professores do curso. Outro motivo de indignação dos alunos é o fato de um estudante de Direito de uma Universidade particular do Estado estar como docente do curso.

O suposto professor é apontado por vários alunos como “o melhor professor de Direito” e, muitos, dizem não querer que ele seja retirado. A situação do docente é explicada pelos acadêmicos como “voluntária”, não sendo um professor efetivo do curso.

Ele é responsável por uma disciplina introdutória ao Direito, que é regular na grade do primeiro ano do curso, segundo os estudantes. Ainda de acordo com os alunos, o futuro advogado assumiu a vaga no lugar de outro docente, que foi cedido para ocupar um cargo público.

“Isso é mais uma vergonha para o curso e para os professores”, aponta a estudante do 5° semestre, Marina Amorim Araújo, de 20 anos.

Com mordaças, alunos pediram fim da censura. (Fotos: Divulgação)
Com mordaças, alunos pediram fim da censura. (Fotos: Divulgação)

Reivindicações - De acordo com um dos organizadores do protesto, o estudante do 5° semestre de Direito Renan Davalos, de 20 anos, o impasse que resultou na manifestação de hoje começou após o pedido de liberação das atas de reuniões da diretoria ser negado.

“Por três vezes pedimos cópias das atas das reuniões e o pedido foi negado pela diretoria do curso. É um direito nosso, as atas são públicas”, diz Renan, que também é presidente do CAGEF (Centro Acadêmico Jorge Eustácio Frias).

Ele explica que as reuniões acontecem entre os docentes do curso, representantes da Universidade e com a participação de um acadêmico de Direito. Durante os encontros são decididas diretrizes do curso, como também tomadas decisões que envolvem toda a graduação.

Renan conta que assumiu o Centro Acadêmico neste ano e fez o pedido para ter acesso as atas dos anos anteriores, mas elas foram negadas.

“Pediram para procurarmos o representante acadêmico anterior, porque ele teria as cópias, mas não temos mais contanto com ele, que hoje já é formado. Só queremos um direito que é nosso, essas atas são públicas”, afirma.

Por conta do impasse, os estudantes distribuíram cartazes pela Universidade com dizeres contra a censura e a falta de transparência. O presidente CAJED afirma que os cartazes foram retirados pela Direção da Faculdade, que alegou ser necessário analisar o conteúdo para saber se existia algum termo ofensivo, e por um professor.

A atitude foi postada no facebook e gerou manifesto de vários acadêmicos. “O professor sentiu-se ofendido e registrou até boletim de ocorrência. Ele chegou na sala de aula e agrediu verbalmente os membros do Centro Acadêmico e até ameaçou corrigir parcialmente a prova de um deles”, diz Renan.

Com o manifesto desta manhã, os estudantes querem chamar a atenção da Diretoria do curso e exigem que alguma providência seja tomada.

“Nosso protesto seria silencioso, com as mordaças, mas como a diretoria ignorou nossa atitude resolvemos partir para o barulho”, diz Marina.

A UFMS foi procurada por meio da assessoria de imprensa e informou que irá apurar a procedência das denúncias feitas pelos alunos de Direito. A Universidade deve se manifestar durante à tarde.

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