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Cidades

Amedrontados, agentes paralisam quatro Uneis em MS

Redação | 04/02/2009 09:58

Cinco dias após o assassinato do agente Luiz Antônio Evangelista Nunes, que trabalhava na Unei (Unidade Educacional de Internação) de Três Lagoas, quatro das nove unidades já paralisaram as atividades em Mato Grosso do Sul.

Nesta quarta-feira, a Unei Dom Bosco (Campo Grande) e de Três Lagoas anunciaram a paralisação. As unidades Novo Caminho, na Capital, e a unidade masculina de Dourados já haviam aderido ao movimento de greve. Ao todo, 200 dos 270 agentes estão paralisados.

Amedrontados, os servidores exigem mais segurança, como uso de equipamentos de contenção (cacetete, escudo) e direito a porte funcional de arma de fogo. "Unei não é berçário. Nós atendemos adolescentes que quebram todas as regras", afirma o presidente da Associação dos Servidores de medidas Sócio-educativas do Estado, Valdinei Figueiredo.

Segundo ele, que atua na Unei Novo Caminho, as ameaças, que já eram constantes, ganharam mais força após o assassinato. "Para se ter idéia. Lá em Três lagoas, os adolescentes falaram que vão morrer mais quatro".

Valdinei Figueiredo relata um cenário de superlotação e poucos agentes. "A Novo Caminho tem 57 adolescentes, mas a capacidade é para 24 pessoas".

Na unidade Dom Bosco, na BR-262, saída para Três Lagoas, há três anos, plantão era feito por 12 agentes, hoje, o número foi reduzido à metade. "A unidade é tida como a mais segura do Estado, por isso recebe adolescentes com maior periculosidade", conta um agente, que pediu para não ser identificado. De acordo com o servidor, foram mantidos somente os serviços essenciais, como alimentação e escolta em caso de problema de saúde. O local tem 67 adolescentes, sendo a capacidade para 54.

Fogo-cruzado - A categoria também cobra que o governador André Puccinelli assine o decreto que transfere a administração das Uneis da Setas (Secretaria de Assistência Social) para a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública).

"A gente não sabe a quem recorrer. No meio do fogo-cruzado, as coisas vão acontecendo", aponta Valdinei Figueiredo. Conforme o presidente da associação, os agentes vão formar uma comissão amanhã para tentar negociar com o governo. Além das condições de trabalho, eles também querem revisão do salário.

O salário dos agentes, que era de R$ de 1.151, foi transformado em subsídio (no valor de R$ 680) mais taxa de redutibilidade (que complementa o subsídio até atingir o valor de R$ 1.151). A categoria reclama que terá prejuízo, pois os futuros reajustes vão incidir somente sobre o subsídio.

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