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Cidades

Amiga de garota morta conta sobre contato com acusados

Redação | 27/10/2009 10:41

Amiga da garota de programa assassinada no início de maio deste ano em Campo Grande, uma mulher de 51 anos, contou na manhã desta terça-feira à Justiça como foi o contato com os acusados no dia do crime.

A mulher, que preferiu não se identificar à imprensa, é uma das testemunhas de acusação e foi a primeira a ser ouvida nessa fase de audiências que começa hoje. Ela, assim como a vítima, também é garota de programa e esteve com os acusados e com Claudinéia Rodrigues, a "Néia", antes da morte.

A garota de programa contou que estava na rua Calógeras, entre as ruas 7 de Setembro e 26 de Agosto, com Claudinéia e outra colega, quando os 3 acusados - Fernando Pereira Verone, Leonardo Leite Cardoso e Hugo Pereira da Silva, as abordaram.

Segundo declarações dela à Justiça, os jovens abordaram primeiro uma outra garota, que disse que só poderia fazer o programa após atender um cliente que já havia marcado.

Diante da recusa da garota, Leonardo convidou Néia e a mulher, que aceitaram fazer o programa. Após conversarem sobre o local, decidiram seguir para o Motel Chega Mais.

De acordo com a testemunha, Leonardo disse a elas que era fazendeiro, casado e estava brigado com o pai. Falou ainda que Hugo era segurança dele e que Fernando era amigo. Declarou também que o Pálio Wekend em que estavam era do pai de Fernando, como de fato é.

Os três rapazes e as duas garotas de programa seguiram então para o motel escolhido e quando chegaram nas proximidades, conta a testemunha, todos desceram do veículo.

Conforme a testemunha, Fernando fez uma ligação no celular. "Acho que fez uma ligação para alguém da família, acho que foi para a mãe".

Já Leonardo, foi até um orelhão e fez duas ligações. "Ele parecia passar nossas características para alguém".

A mulher diz que enquanto os dois falavam ao telefone, ela abraçou a cintura de Hugo. "Desconfiei. Abracei o Hugo e falei que ele iria se prejudicar", por suspeitar que elas estavam em situação de perigo.

Na versão da amiga da vítima, após as ligações, Fernando falou que era para levar as duas garotas embora, mas Leonardo não aceitou "e ficou muito bravo", diz a testemunha.

Segundo a mulher, Leonardo mandou Hugo dirigir o veículo e Fernando ir com ele atrás. Ela diz que sentou ao lado de uma das portas traseiras, depois Leonardo, seguido por Fernando, com Néia no colo.

A testemunha relata que Leonardo passou a apertar o pescoço dela e a morder a boca. Ela então percebeu a situação de perigo e conseguiu abrir a porta e sair do carro em movimento. A "fuga", resultou em ferimentos diversos pelo corpo dela.

Os acusados então continuaram a seguir com o carro em alta velocidade, junto com a vítima. Depois de sair do carro, a testemunha não teve mais contato com os acusados, nem com a vítima.

Na versão da mulher, Leonardo "ditava regras", Hugo "se calou dentro do carro", e ele e Fernando obedeciam às ordens do amigo.

Segundo a testemunha, que trabalha há 35 anos como garota de programa, e tem três filhos, nenhum dos rapazes parecia estar sob efeito de drogas. "Eles estavam em perfeito estado".

Ameaças - A testemunha disse que após o crime se sentiu ameaçada por duas vezes. A primeira, poucos dias após o crime, quando estava na área central.

A segunda vez, na semana passada. Ela conta que estava nas proximidades da rodoviária quando um homem a abordou e disse que era para ela não comparecer a audiência desta terça-feira.

Audiência - Além da amiga e colega de trabalho da vítima, foram ouvidas outras duas testemunhas.

Uma delas também é garota de programa e não sabia nada sobre o caso. A outra testemunha é um investigador da Polícia Civil que atuou no caso. Ele declarou que chegou até os acusados após ouvir diversas pessoas que fazem programas na área central, placa do veículo e características físicas dos acusados.

A previsão era ouvir outras três testemunhas, mas uma delas não foi intimada porque não foi encontrada. O MPE (Ministério Público Estadual) e os assistentes de acusação desistiram da oitiva destas testemunhas.

O crime -De acordo com a Polícia Civil, após a testemunha ter saído do veículo, os rapazes levaram Néia para um matagal atrás do Aeroporto Internacional de Campo Grande e a mataram a tijoladas e pedradas.

Os rapazes apresentaram versões diferentes sobre o caso, mas os três afirmaram que Hugo não participou das agressões. Hugo é o único que está em liberdade.

Leonardo e Fernando ainda estão presos. Eles fizeram exame de insanidade mental, que apontou que Leonardo tem transtorno bipolar e Fernando depressão.

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