ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Cidades

Após descumprir decisão judicial, empresa faz acordo para doar meio milhão

Marta Ferreira | 22/11/2011 15:15

Por meio de um acordo judicial, a Distribuidora Brasil de Medicamentos, foi obrigada a destinar meio milhão de reais em doações ao Hospital São Julião, à Associação de Pais e Amigos do Autista e ao Cotolengo Sul-Mato-Grossense. As doações estão sendo feitas mensalmente e o prazo final para a última delas é dezembro deste ano.

A definição foi em 2010, após a empresa descumprir decisão judicial. A ação que resultou na obrigatoriedade de doação teve origem após investigação do MPT (Ministério Púbico do Trabalho) que comprovou fraude trabalhista na empresa. A distribuidora demitiu e recontratou, como representantes comerciais, todos os funcionários que atuavam na venda de medicamentos.

O MPT ingressou com ação para pedir que os representantes comerciais fossem recontratados como empregados. Após recurso, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul) entendeu que a empresa de representação não poderia ter representantes comerciais, mas apenas empregados na função de vendas.

A empresa recorreu ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), que manteve o entendimento anterio. Novo recurso foi movido no STF (Supremo Tribunal de Justiça) e, novamente, a decisão foi confirmada.

Dessa forma, a empresa foi condenada a reconhecer o vínculo dos supostos representantes comerciais e contratá-los com empregados,fazer recolhimento previdenciário e quitar as verbas trabalhistas, sob pena de multa diária no valor de R$ 1 mil por trabalhador prejudicado.

A decisão foi descumprida, segundo a Justiça do Trabalho sob a alegação de que os “representantes comerciais” não queriam ser registrados, o que acarretou multa que já somava mais de R$ 2 milhões em 2010.

Doações-Por meio de acordo judicial firmado com o MPT, a distribuidora se comprometeu a cumprir a decisão e a pagar meio milhão de reais em multas em benefício de entidades assistenciais de Campo Grande.

A empresa assumiu a obrigação de destinar R$ 500 mil em prol de entidades beneficentes. Metade do valor deve ser doada em medicamentos para o Hospital São Julião e Cotolengo e a outra parte na aquisição ou construção de imóvel de, no mínimo 160 metros quadrados de área útil, para a futura sede da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA). O prazo para a entrega do imóvel e doação termina em dezembro deste ano e o descumprimento do acordo acarretará multa de 50%.

O procurador do Trabalho Hiran Sebastião Meneghelli Filho acompanhou a penúltima entrega mensal dos medicamentos no Hospital São Julião, realizada no dia 16 de novembro. O hospital recebeu medicamentos, soro fisiológico, colírios, seringas, ataduras e fraldas geriátricas,entre outros itens.

Durante a visita às instalações da entidade, o procurador enfatizou a importância de reverter valores de multas trabalhistas para a sociedade.

Segundo o diretor administrativo do hospital, Amilton Fernandes Alvarenga, a doação mensal representa 20% dos gastos do Hospital com medicamentos, que chegam a R$ 100 mil.

Nos siga no Google Notícias