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Cidades

Após morte, família contesta PM e aciona CDDH

Redação | 12/02/2010 11:30

A família de Wellington Henrique da Silva Oliveira, de 28 anos, foragido que morreu após uma abordagem no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, rebate as informações da PM (Polícia Militar) e denuncia que ele foi vítima de violência policial.

Nesta sexta-feira, a avó, mãe e duas tias do jovem foram ao CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza. Conforme o relato de Sônia de Oliveira, tia do foragido, Wellington saiu da casa da avó, onde morava, para ir até à sua casa, localizada na mesma rua.

No trajeto, ele foi abordado por dois policiais do 10º Batalhão da PM, que estavam em uma viatura. "Ele começou a pedir socorro e gritava: 'Tia Sônia, eles vão me matar, me acode'", conta.

Ela relata que saiu correndo para fora de casa e encontrou o sobrinho caído com o corpo no asfalto e a cabeça no meio-fio. Em seguida, o policial mandou que ela se afastasse. "Voltei para casa, porque tenho filhos pequenos".

Neste meio tempo, a avó Zoraide Oliveira, de 75 anos, que foi mantida dentro de casa por vizinhos, conseguiu ir até à rua. Zoraide relata que um policial estava com o joelho em cima do pescoço do jovem, que desmaiou. "Ele desamarrou o coturno, usou o cadarço para amarrar as mãos e os pés do Wellington e o jogou no camburão".

Depois, ela relata que o PM foi até a casa para pedir a identidade do preso.

"A senhora teve sorte, há dois anos sou evangélico, porque senão teria dado cem tiros na cara dele", teria dito o policial a Zoraide. Em seguida, quando Wellington já estava no camburão, chegou outra viatura. "Foi para simular reforço policial", acredita a avó.

A prisão não foi registrada no Sigo (sistema que registra as ocorrências policiais). O foragido foi levado para o posto de saúde do Aero Rancho, depois para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, e morreu na Santa Casa. A causa da morte foi traumatismo craniano.

Brutal - Tia de Wellington, Vânia de Oliveira condena a forma da abordagem policial. "Se ele era foragido, tinha que ter abordado da forma correta e não de forma brutal. Queremos justiça".

De acordo com os familiares, Wellington foi preso há seis anos por estar, sem saber, com uma bicicleta furtada. De acordo com o site do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), ele foi condenado a cinco anos de prisão por roubo.

Wellington deixou uma filha de cinco anos. "Você explica para a criança que tem que chamar a polícia se tem problemas, como dizer, depois, que o pai foi morto pela polícia", salienta Vânia. A família já acionou a corregedoria da PM e vai procurar o Conselho Estadual dos Direitos Humanos. Os familiares relatam que testemunhas podem confirmar a violência policial.

Desastrosa

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