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Cidades

Após reintegração e intimidação, famílias deixam casas

Redação | 12/04/2010 17:50

Começam a abandonar as casas do Residencial Gabura, no bairro Otávio Pécora, as famílias que invadiram 30 residências no dia 7 de abril (quarta-feira passada).

Com ordem de reintegração de posse expedida pelo juiz Ricardo Galbiati a favor da Prefeitura de Campo Grande, as pessoas só aceitaram sair após a chegada de mais de 100 policiais militares do 9ª batalhão da Polícia Militar, do Cigcoe (Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações de Especiais) e de seguranças particulares.

Quem deu o aviso às famílias foi o capitão Dioscoro Martins Braga, que leu a documentação levada pelos oficiais de justiça. Intimidados pelo aparato, os invasores decidiram abandonar as casas, que serão guardadas por 15 seguranças particulares da KM Segurança até que as famílias cadastradas para morarem no residencial ocupem os imóveis.

Segundo o capitão, a prefeitura havia feito a "gentileza" de ceder dois caminhões para o transporte da mobília das famílias, apesar da própria ordem judicial determinar que era uma obrigação da administração municipal.

Mesmo assim, algumas famílias solicitaram frete próprio para realizarem a mudança. Assim que deixaram o local, os seguranças iniciaram um revezamento para guardarem as casas.

Outra medida da prefeitura foi o encaminhamento de famílias que não tinham para onde ir ao Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante), que fica no Parque dos Poderes.

Segundo Mauricio Scaff, chefe da Segurança Institucional da Prefeitura, espera-se que ainda esta noite as famílias que já estavam com a situação organizada tomem posse das casas. A ocupação deve acontecer até amanhã. O processo de entrega das casas foi agilizado após a ocupação pelas famílias invasoras, e dois meses após a inauguração.

Lisane Chimenes, de 36 anos, é uma das novas moradoras. "Esperei durante dois anos por uma casa aqui".

Adolescente de 16 anos, que trabalha em um supermercado, levou a esposa, de 15 anos e um filho de 6 meses para a casa, onde morou durante um mês. Emocionado, não sabe o que fazer nem para onde ir. "Vamos pedir pra ir à casa do avó dela. Ainda não sei".

Maria Valquiria da Silva Jara, de 31 anos, espera desde 1999 por uma casa. Morava na beira de um córrego na saída para Sidrolandia, ocupava uma casa com 5 filhos, de 14, 12, 10, 1 ano e o caçula de 3 meses. "Acho que vou para a casa da minha mãe. Tenho inscrição, mas não adiantou.

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