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Cidades

Assassino de Dudu é condenado a 24 anos e 10 meses

Redação | 31/08/2010 15:58

Acusado de participar do assassinato de Luiz Eduardo Gonçalves, em 2007, o jovem Holly Lee de Souza foi condenado hoje a 24 anos e 10 meses de prisão, por homicídio qualificado.

O júri popular, composto por 7 pessoas, demorou 50 minutos para deliberar. Depois de lida a sentença, a óbvia comemoração tomou conta do plenário.

Depois de 2 anos e 8 meses, os pais do garoto dizem que vão conseguir descansar.

Ao fim do julgamento, uma urna foi entregue com os restos mortais de Dudu, mas só simbolicamente. Os ossos só serão repassados à família amanhã, para o sepultamento.

Pai e mãe de Dudu choraram. "Agora meu filho vaio descansar em paz", comemorou a mãe de Dudu, Elaine Martins

Os jurados entenderam que, além da morte, Holly Lee é responsável por crime de "intenso dolo e frieza", com a ocultação de cadáver.

O júri refutou as teses da defesa de inocência e também insanidade mental.

Enterro - Os restos mortais do garoto serão sepultados nessa quarta-feira no Memorial Parque.

Um dos símbolos do caso que ficou famoso pela crueldade e envolvimento de vizinhos próximos a Dudu, o pai do menino, Roberto Gonçalves, diz que agora a vida vai seguir a diante.

"Até então a gente não podia nem prestar homenagens. Agora o coração fica mais tranquilo", comentou com ar sereno, mas visivel dor que desde a perda do filho´marca o semblante do pai.

Outro envolvido no crime, Aparecido Bispo, o Cido, foi condenado a 26 anos de reclusão, no dia 31 de março. Ele foi namorado da mãe de Dudu e o rompimento da relação teria provocado o crime, em dezembro de 2007.

Três adolescentes também foram condenados por participação no crime, mas já estão em liberdade.

Nas noite do crime, Dudu saiu para brincar com um amigo e desapareceu. Apenas no ano passado a Polícia conseguiu elucidar o caso, depois de apreender adolescente que confessou participação.

Em área na saída para São Paulo, foram encontrados pedaços de ossos de Dudu. As investigações mostraram que o garoto foi esquartejado e enterrado duas vezes, na tentativa de ocultar o corpo.

Depois que as provas foram descobertas, vizinha e amiga da mãe de Dudu também revelou saber da morte desde o dia do crime. O menino foi espancado até a morte, na casa de Cido, apontou o Ministério Público.

Exemplo - O promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos foi enfático ao dizer que o caso Dudu não se encerra com uma formalidade, como a certidão de óbito. "Não basta depositar a caixa com os restos mortais, sinalizar com uma cruz e dizer que acabou. Se ele não foi morto, como alega a defesa, onde está esse menino?", questionou.

Douglas descreveu a situação cruel pela qual Dudu foi submetido. "Uma criança de 10 anos, que não fez mal a ninguém, foi surrado até a morte, enrolado em saco de enterrado, depois foi picotado até os ossos para ser usado como macumba, teve o corpo queimado e depois enterrado em outro local. Esse é um dos crimes mais bestiais desse Estado", inflamou-se o promotor.

Os restos mortais de Dudu foram encontrados em estado de vegetalização, quando raízes começaram a se formar em volta da parca ossada. O promotor destacou ainda que se tentou fazer exames de DNA, mas que o material não era suficiente. "Não há como a defesa solicitar um exame que ninguém no mundo consegue realizar", enfatizou.

A defesa alegou durante todo o julgamento que Holly Lee de Souza que o autor sofre de esquizofrenia à época do crime e que não poderia responder pelo crime, ainda que o jovem foi flagrado por testemunhas agredindo Dudu, com fortes chutes nas costas, enquanto a criança gritava por socorro.

O defensor-público Fábio Rogério Rombi da Silva solicitou medida de segurança para tratamento da doença mental, e questionou itens no processo, o material ósseo recolhido, a autoria do crime e os exames realizados. "Nem chegou a se provar que o osso recolhido era humano", pontuou o defensor

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