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Cidades

Abraz/MS quer garantir medicamento e atendimento gratuito para Alzheimer

Paula Vitorino | 27/04/2011 10:57

Associação irá entrar com ação no MPE na próxima semana

Mãe do empresário João Francisco Lima tem Alzheimer.
Mãe do empresário João Francisco Lima tem Alzheimer.

A Abraz/MS (Associação Brasileira de Alzheimer) irá acionar o Ministério Público Estadual contra os governos Federal e Estadual, exigindo o fornecimento de remédios e atendimento adequado na rede pública de saúde para pacientes com a doença do Alzheimer.

De acordo com o presidente da Associação, o odontogeriatra Marco Polo Siebra, o setor jurídico já formulou a denúncia e deve entregar ao Ministério Público na próxima semana.

Nas duas ações, a Associação pede que o medicamento Exelon seja fornecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na forma de adesivo e que o paciente diagnosticado na rede particular tenha direito a retirar qualquer medicação de forma gratuita no SUS, sem ter de passar antes por um médico da saúde pública.

De acordo com a Abraz, as duas determinações já acontecem em diversos estados do País, como São Paulo e Alagoas, mas não são cumpridas em Mato Grosso do Sul.

Marco Polo explica que a forma adesiva do Exelon causa menos efeitos colaterais, como vômitos e náuseas, em comparação ao mesmo medicamento em comprimido. O remédio é utilizado para o combate da evolução do Alzheimer, sendo um dos mais utilizados em todo o país.

“A forma adesiva causa muito menos efeitos colaterais, além de ter uma absolvição no organismo muito mais eficaz. Isso acontece porque o paciente coloca o adesivo na pele e o remédio vai sendo distribuído de forma gradativa no organismo ao longo do dia”, explica.

Já o outro inquèrito a ser instaurado pelo MPE quer garantir a desburocratização do atendimento gratuito aos idosos com a doença, quando estes são diagnosticados por um médico não filiado ao SUS.

De acordo com o presidente da Associação, o paciente diagnosticado com Alzheimer na rede particular não tem direito a retirar a medicação gratuita para a doença no SUS. Antes, é preciso passar pelo atendimento público e possuir um encaminhamento do médico que atende pelo SUS atestando o diagnóstico da doença.

“Isso só acontece aqui. Agora um médico que possui todas as qualificações necessárias faz o diagnóstico do paciente, mas mesmo assim ele tem que ir em outro que seja da rede pública”, diz.

Marco denuncia que a exigência não é compatível com o atendimento médico fornecido pelo SUS no Estado.

“A pessoa tem que passar pelo SUS para consultar com um neurologista, mas não tem o profissional para atender, aí o paciente precisa contar com a sorte para conseguir uma consulta com um neurologista ou fica sem atendimento. Isso não faz sentido. Escuto constantemente familiares reclamando dessa situação, sem saber o que fazer porque não conseguem encontrar profissional na rede pública”, afirma.

Alzheimer - De acordo com a Abraz/MS não existem dados específicos sobre a incidência de Alzheimer no Brasil e no Estado. No entanto, estimasse que existam cerca de 66 milhões de pessoas que sofram de algum tipo de demência, como o Alzheimer, no país. Em todo o mundo, o número de pessoas com a doença chega a 1.200 milhões, segundo a Associação.

Há mais de um ano, a filial da Abraz em Campo Grande tenta melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, por meio de palestras e grupos de apoio.

A família do empresário João Francisco Lima, de 57 anos, é uma das integrantes da Associação, que aprendeu a conviver e ajudar a Dona Doca, de 83 anos, que sofre da doença.

“Me ajudou muito, aprendi a conviver com a doença. Quando descobrimos o diagnóstico foi um susto. Eu andava muito nervoso, até o toque do telefone me deixava irritado. Depois que comecei a participar das reuniões, das palestras, entendi que a família não é a culpada, que é o Alzheimer é uma doença que pode atingir qualquer pessoa”, conta.

Ele diz que a família é privilegiada por não depender do SUS e gasta, pelo menos, R$ 180 mensalmente com a medicação da mãe.

As reuniões da Associação acontecem toda segunda terça-feira do mês, às 19h30, na sede da ABO/MS - Rua da Liberdade, 386, entre as ruas 13 de Maio e Rui Barbosa. Mais informações podem ser adquiridas pelo site e por meio do telefone 0800 55 1906.

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