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Cidades

Atraso em obras do Minha Casa Minha Vida e PAC ameaça 13º de operários

Renan Nucci | 12/12/2014 15:50
Atraso no pagamento de obras do PAC e Minha Casa Minha Vida pode resultar em demissões em massa. (Foto: Marcos Ermínio)
Atraso no pagamento de obras do PAC e Minha Casa Minha Vida pode resultar em demissões em massa. (Foto: Marcos Ermínio)

O atraso no pagamento, por parte do Governo Federal, às empresas que executam obras do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) e do Minha Casa Minha, ameaça o pagamento do 13º salário de operários. Segundo o Sinduscom/MS (Sindicato da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul), já é registrado aumento no número de demissões no setor.

O presidente da entidade, Amarildo Miranda Melo, alerta que o pagamento para obras do Minha Casa Minha Vida está atrasado há 45 dias, e no âmbito do PAC, o cenário é ainda mais preocupante, pois há oito meses os empresários não recebem os recursos. “A situação é exclusiva de obras ligadas ao governo federal, mesmo aquelas que são do Estado, mas que dependem de recursos da união. Há uma quebra de contrato por causa dos atrasos”, explica.

Melo lembra que muita empresas encontraram dificuldades para pagar a primeira parcela do 13º, e que, sem capital, desenvolvem uma engenharia financeira para que consigam honrar com a segunda. Segundo ele, nos últimos 12 meses o desemprego no setor cresceu 10%, e que se a situação não for regularizada, podem ocorrer demissões em massa. Esta projeção pessimista é reflexo da instabilidade política aliada à burocracia.

“O governo atrasa e deixa as empresas sem movimentação em caixa. Quando o pagamento é feito após o prazo, não há reajuste. A única coisa que queremos é que haja continuidade, para que o setor volte a crescer e mantenha a mão de obra em atividade”, afirma o presidente do Sinduscom/MS, reforçando que a entidade tem discutido uma saída com todos os ministérios que possuem algum tipo de ligação com a indústria da construção civil.

Por outro lado, o presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Campo Grande), José Abelha Neto, alega que os empresários são pessimistas e sempre tentam culpar o governo por problemas na folha de pagamento do salário extra ao final do ano. “A empresa tem que ser responsável em seu gerenciamento e prever situações como esta. Quem trabalha com o poder público precisa prever que haverá atrasos em tempos de mudança política”, explica.

Abelha ainda afirma que são poucas as empresas que depende unicamente de recursos da união, e que uma pequena parcela dos cerca de 30 mil operários da Capital, ou 50 mil em todo Estado, vão sofrer com isso. Contrário às declarações do representante do Sinduscom/MS, ele mostra otimismo ao lembra que o setor é o que mais gerou emprego no país nos últimos dez anos, e que a maioria das empresas encontram problemas para contratar, pois o número de trabalhadores qualificados no mercado ainda é escasso.

Campo Grande News tentou contato com a assessoria de imprensa da Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso do Sul, mas até o fechamento desta edição não havia obtido resposta, pois nenhuma das ligações foi atendida.

De acordo com a CBIC (Câmara Brasileira da Construção), tem sido registrado um número crescente de reclamação das construtoras quanto aos atrasos nos pagamentos em todo país. Mais de 400 mil trabalhadores da construção civil podem ser afetados.

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