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Cidades

Retrospectiva: O fim do caso Dudu e novos desaparecidos

Redação | 30/12/2009 16:38

Mais de um ano depois do desaparecimento do menino Luiz Eduardo Martins Gonçalves, o caso foi esclarecido em 2009, mesmo ano em que Wellington Afonso dos Santos Aguerro, 14 anos, e Naiara Ribeiro Lucas, 17 anos, sumiram do Bairro Nova Lima, em Campo Grande. O desaparecimento do casal pode se tornar o "novo caso Dudu", que tinha várias testemunhas e nenhuma pista para a Polícia.

As investigações apontam que Dudu, à época do crime com 10 anos, foi morto no dia 22 de dezembro de 2007, data do desaparecimento, ocorrido no Bairro Aero Rancho. O garoto brincava com os amigos quando foi pego pelo vizinho Holly Lee e três adolescentes, dois meninos e uma menina. Dudu foi agredido a socos e pontapés.

Na sequência, ele foi levado para a casa do ex-padrasto do menino, José Aparecido Bispo da Silva, o Cido, que deu continuidade à violência. As agressões continuaram em um terreno baldio conhecido como "mangal" até morte da criança.

Em seguida, os três colocaram o corpo de Dudu dentro de um veículo Fiat e o levaram até um tereno baldio localizado no quadrilátero formado pelas ruas Eva Perón, Divisão, Paschoal Carlos Magno e dos Pereira, onde o enterraram.

Alguns dias depois, Cido e Holly Lee voltaram ao local, desenterraram o cadáver e cortaram em vários pedaços. Os restos mortais foram enterrados novamente no mesmo local.

Testemunha chave - Amiga da mãe de Dudu, Maria de Fátima Leandro, a Marlene, viu o espancamento e nada revelou acerca do caso à Polícia. Um dia depois do desaparecimento do menino, ela almoçou com a mãe de Luiz Eduardo Martins Gonçalves, Eliane Martins, sem comentar qualquer detalhe que pudesse levar ao esclarecimento do crime.

"Até hoje não consigo entender como tanta gente sabia e não falou nada", diz Eliane. Ela não perdoou Marlene e diz sentir ódio.

A dor de quem esperou mais de um ano para ver a elucidação do sumiço do filho leva Eliane a orientar às pessoas que tiverem informações relacionadas ao desaparecimento do casal Wellington e Naiara a denunciar para a Polícia. "Peço que faça uma ligação anônima", destaca.

Wellington Afonso dos Santos Aguerro e Naiara Ribeiro Lucas foram vistos pela última vez na madrugada de 08 de fevereiro deste ano, no Bairro Nova Lima, onde Naiara morava com a família.

Quando o assunto é o desaparecimento dos jovens, todos comentam o caso. No entanto, quando se fala em informações que possam esclarecer o sumiço, os moradores se calam.

Sem se identificar, uma vizinha da casa de Naiara diz acreditar que uma amiga dela sabe do que aconteceu. "Eu acho que ela sabe de muita coisa", afirma a mulher em relação à adolescente que dormia na residência de Naiara na madrugada em que Wellington pulou o muro para namorar a menina.

Nem a avó do garoto fala do caso. Ela não quer ser identificada na reportagem e alega que muitas informações já foram publicadas em matérias e, algumas, sem fundamento.

Ela já não acredita que possa rever o neto vivo, porém, não vislumbra solução para o caso. "Eu acho que alguém sabe e não quer falar", conclui.

Mudança - A família de Naiara se mudou do Bairro Nova Lima. Moradores garantem que os familiares são alvo de ameaças, contudo, o pai da garota, Benedito Lucas, garante que foram obrigados a sair do local porque "tudo faz lembrar Naiara".

Ele, assim como moradores do bairro e Eliane Martins, acreditam que este seja "o novo caso Dudu". Para o pai, enquanto não encontrarem os corpos, ainda existe a esperança de encontrar a filha com vida.

Lucas reclama da falta de pistas e não acredita que amiga de Naiara revele detalhes do desaparecimento do casal. "Se ela sabe não vai falar", lamenta.

Para ele, é impossível que não existam testemunhas. "Alguém viu. O vento não ia levar", desabafa.

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