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Cidades

Bento XVI diz não estar se sentindo só e faz discurso em português no Vaticano

Paula Maciulevicius | 27/02/2013 06:59
Sob aplausos de 150 a 200 mil fieis, o papa voltou a justificar a decisão, afirmando que sentiu as forças diminuírem nos últimos anos. (Foto: Fillipo Monteforte/AFP)
Sob aplausos de 150 a 200 mil fieis, o papa voltou a justificar a decisão, afirmando que sentiu as forças diminuírem nos últimos anos. (Foto: Fillipo Monteforte/AFP)

A quarta-feira amanheceu com as últimas palavras de Bento XVI como papa. No último sermão, na praça São Pedro, no Vaticano, Bento XVI reforçou que está fraco e que renunciou pelo bem da Igreja. O pontífice deixa oficialmente o comando da Igreja Católica amanhã.

Sob aplausos de 150 a 200 mil fieis, o papa voltou a justificar a decisão, afirmando que sentiu as forças diminuírem nos últimos anos. Ele disse ainda que tem “plena consciência da gravidade e inovação” da sua atitude, mas que era preciso “ter a coragem de fazer escolhas sofridas”.

No discurso de despedida, o pontífice dividiu o idioma entre Italiano, Espanhol, Francês e também Português. Bento XVI agradeceu aos seus colaboradores mais próximos e ressaltou que nunca se sentiu só na condução da Igreja. “Nunca me senti sozinho ao levar a alegria e o peso do ministério petrino”. O papa citou ainda as manifestações de carinho que recebeu de inúmeros fiéis ao redor do mundo desde que anunciou a sua renúncia: “O papa nunca está sozinho”. Ele chegou a dizer que o pontificado é um peso muito grande, mas que não abandonará a cruz, mas permanecerá “de maneira nova perto do Senhor crucificado”.

A quarta-feira amanheceu com as últimas palavras de Bento XVI como papa, na praça São Pedro, no Vaticano. (Foto:Tiziana Fabi/AFP)
A quarta-feira amanheceu com as últimas palavras de Bento XVI como papa, na praça São Pedro, no Vaticano. (Foto:Tiziana Fabi/AFP)
No discurso de despedida, o pontífice dividiu o idioma entre Italiano, Espanhol, Francês e também Português. (Foto: Gabriel Bouys/AFP)
No discurso de despedida, o pontífice dividiu o idioma entre Italiano, Espanhol, Francês e também Português. (Foto: Gabriel Bouys/AFP)

Logo no início da cerimônia de hoje, ele agradeceu a presença em massa de fiéis na praça em frente à Basílica de São Pedro e acrescentou que "vê a Igreja viva".

Antes de começar a sua última audiência pública, o papa percorreu a praça no seu papamóvel para cumprimentar as pessoas presentes. No meio do caminho, beijou algumas crianças.

Um encontro pessoal com as autoridades públicas presentes será realizado ao fim do passeio na Sala Clementina do Palácio do Vaticano. Na manhã desta quinta, último dia de seu pontificado, o papa se reunirá novamente com os cardeais que estão em Roma.

A previsão é que ele deixe o Vaticano de helicóptero em direção à residência de verão de Castel Gandolfo, no sul de Roma, por volta das 17h15 (13h15 no horário de Brasília). O pontífice vai morar no local pelos próximos dois meses. A Sede Vacante, período em que o Vaticano fica sem papa, terá início às 20h no horário local.

Bento XVI anunciou a sua renúncia no dia 11 de fevereiro durante encontro de cardeais no Vaticano. Ao justificar sua decisão, o pontífice de 85 anos alegou estar cansado e com a saúde frágil por conta da idade avançada. O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motivo da renúncia. O jornal italiano “La Reppublica” relacionou a renuncia do pontífice a um relatório sobre o escândalo do vazamento de documentos confidenciais da Santa Sé entregue a Bento 16 em dezembro de 2012. O Vaticano reconheceu a existência do documento, mas descartou qualquer relação com a decisão do papa.

Ao deixar o Vaticano, o cargo de papa ficará vago até a eleição do próximo pontífice. A expectativa é que o conclave de cardeais eleja um novo papa ainda em março, antes da Páscoa.

Cinco cardeais brasileiros deverão participar da eleição. Segundo a última lista do Vaticano, há um total de 116 cardeais aptos a votar. O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite de 80 anos. (Com informações da Folha de São Paulo e jornal italiano Corriere della Sera)

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