ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Cidades

Campanha quer reduzir elevado número de homicídios por motivos banais

Paula Laboissière, da Agência Brasil (*) | 08/11/2012 16:21

Homicídios cometidos por impulso ou por motivos fúteis representaram 100% do total de assassinatos com causas identificadas registradas no Acre em 2011 e 2012. Em outros estados, o índice supera os 80%, como em São Paulo (83%, nos últimos dois anos) e em Santa Catarina (82,13%, em 2012). Os dados foram divulgados hoje (8) pelo Conselho Nacional do Ministério Público durante lançamento da campanha Conte até 10. Paz. Essa É a Atitude.

De acordo com o levantamento, a taxa de homicídios cometidos por impulso ou por motivos fúteis chegou a 63,77%, em Goiás, em 2012; a 50,66%, em Pernambuco, em 2011; a 43,13%, no Rio Grande do Sul, em 2011; e a 26,85%, no Rio de Janeiro, no período de janeiro de 2011 a setembro de 2012.

Os estudo foi elaborado a partir de dados sobre homicídios remetidos ao Ministério Público por 15 estados e pelo Distrito Federal. Foram incluídos na categoria impulso e motivo fútil homicídios relacionados a casos de briga, ciúme, conflito entre vizinhos, desavença, discussão, violência doméstica e desentendimentos no trânsito.

Algumas mortes decorrentes de vingança e rixa, por exemplo, podem ocorrer tanto por impulso quanto ser premeditadas. O estudo incluiu esses crimes na categoria impulso por estarem normalmente associados à atuação impulsiva do autor do crime.

Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, os resultados da pesquisa são impressionantes. “São crimes que decorrem de atitudes impulsivas ou de motivos fúteis e que poderiam ser facilmente evitados se houvesse mais tolerância, calma e uma atitude mais pacífica”, avaliou.

Gurgel destacou que o estudo engloba os chamados crimes do dia a dia, como os cometidos dentro de casa, por vizinhos, nas escolas, em bares e em estádios. “É uma fechada no trânsito, uma discussão na fila do banco porque alguém passou na frente. Homicidas todos somos em potencial”, disse. “A tentativa da campanha é evitar a banalização da vida”, completou.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ressaltou que a cultura da violência é difícil de ser combatida e que o cenário só pode ser alterado por meio da integração entre o governo e a sociedade. Uma das ações que contribuem para a redução de homicídios cometidos por impulso ou por motivos fúteis, segundo ele, é a Campanha do Desarmamento. “Ter uma arma ao lado, muitas vezes, faz com que as pessoas não contem até dez."

Nos siga no Google Notícias