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Cidades

Campo-grandense que vive no Japão conta horror de terremoto e tsunami

Aline dos Santos | 12/03/2011 11:45
Terremoto e ondas gigantes devastaram o Japão.
Terremoto e ondas gigantes devastaram o Japão.

“O que vocês vêem por ai não é bem a realidade. Porque aqui é bem pior”. O relato é de José Ricardo Delmondes, de 39 anos, que há 16 anos deixou Campo Grande para morar no Japão. Ontem , o território japonês foi atingido por um terremoto de 8,9 graus na escala Richter e teve a costa leste devastada por um tsunami.

Ele mora em Mie ken tsu shi, mas o maior terremoto da história do Japão encontrou José Ricardo no carro, a caminho do trabalho, na cidade de Fukushima, bastante afetada.

“Foi horrível”, relata. Para ele, terremoto passa longe de ser novidade, pois já contabiliza 10 tremores de terra durante o tempo que mora no Japão. Desta vez, no início do tremor, a experiência logo avisou que seria diferente. “Igual a esse, nunca vi na minha vida”.

Ele se refugiou em uma escola e, logo depois, a chegada das ondas gigantes foi alertada por uma espécie de alto- falante nas ruas. José Ricardo conta que por sorte não estava muito próximo ao mar. “Se estivesse perto, estaria morto talvez. Só Deus sabe”.

Na cidade, o cenário era de destruição e as pessoas tinham dificuldade para comprar água e comida instantânea. A província de Fukushima abriga a usina nuclear que sofreu uma explosão neste sábado e registrou hoje um novo tremor de 6,4 graus.

Alerta - Para José Ricardo, o retorno demorou 16 horas, o dobro do tempo do trajeto em condições normais. Porém, já no lar, o clima de apreensão persiste. No Japão, já é madrugada de domingo, mas alertas de tsunami espantam o sono.

José Ricardo mora próximo ao mar e passa a madrugada com olhos “grudados” na televisão japonesa, que transmite informações 24 horas.

Ele já conseguiu fazer contato com a esposa aqui no Brasil, mas relata que muitos enfrentam dificuldade de comunicação. A tragédia faz com que ele queira voltar. “Vários brasileiros que nem pensava ir embora já mudaram os pensamentos”.

Drama – Conforme o Portal Último Segundo, o balanço oficial divulgado pelo governo informou que a tragédia deixou pelo menos 574 mortos e 1.105 feridos.

A imprensa local estima que o número de mortos ultrapasse 1.300. Apenas no porto de Rikuzentakata, no nordeste do país, militares disseram ter encontrado entre 300 e 400 corpos. Não há um número oficial de desaparecidos, mas a TV japonesa afirmou que 10 mil pessoas estão desaparecidas apenas na cidade portuária de Minamisanriku.

Apesar de ainda não ter recebido informações de vítimas brasileiras do maior terremoto da história do Japão, o embaixador do Brasil no país, Marcos Galvão, diz que é “prematuro” descartar a presença de brasileiros na lista de vítimas.

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