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Cidades

Câncer atingirá 3,9 mil mulheres, mas algumas ainda ignoram a prevenção

Lidiane Kober | 06/10/2014 15:11
Leni mantém a autoestima e o sorriso na cara, mesmo careca, sem trabalho e morando em pensão ao lado de outros doentes (Foto: Marcelo Calazans).
Leni mantém a autoestima e o sorriso na cara, mesmo careca, sem trabalho e morando em pensão ao lado de outros doentes (Foto: Marcelo Calazans).

O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima para este ano 3.980 novos casos de câncer em mulheres sul-mato-grossenses. Em meio a dor e a luta pela vida, a superação de quem enfrenta a doença de peito aberto coleciona admiradores. A Rede Feminina de Combate ao Câncer é um das parceiras fieis e, para ajudar a prevenir o mal, realiza neste mês mais uma programação do Outubro Rosa.

A entidade alerta para o crescimento do número de casos e mira esforços para quem “não dá bola” aos riscos de ser a próxima vítima. “A maioria das mulheres está consciente, está atenta, mas ainda tem gente que não dá bola e deixa de se prevenir”, comentou a presidente da Rede, Cleuza Vasconcellos.

Para ela, o número de casos “tem aumentado”. “É claro que a genética influencia muito, mas o crescimento do estresse, da falta de cuidados com a alimentação e o consumo de cigarro e bebidas ajuda a elevar os índices”, analisou.

Só de junho até hoje, 407 mulheres foram à Rede em busca de sutiãs especiais para disfarçar a falta do seio, em casos câncer de mama, com necessidade de extração. “A cada ano que passa, as pessoas nos procuram mais, não sei exatamente se é pelo aumento das campanhas de divulgação ou pelo crescimento dos casos”, comentou Cleuza.

De acordo com previsão do Inca, só na Capital, em 2014, devem surgir 1.290 casos de câncer. Só de mama, a tendência é de 770 novas vítimas em todo o Estado.

Leni decidiu encarar de frente a doença e tratou o problema como insignificante (Foto: Marcelo Calazans)
Leni decidiu encarar de frente a doença e tratou o problema como insignificante (Foto: Marcelo Calazans)

Superação – Leni Cordeiro, de 48 anos, é uma das acolhidas pela Rede. Há três anos, ela descobriu um nódulo no seio e, de lá para cá, dá exemplo de otimismo e superação. Ela mantém a autoestima e o sorriso na cara, mesmo careca, sem as mamas, sem trabalho e morando em pensão ao lado de outros doentes.

“Há três anos, meu namorado achou o nódulo no seio, tomei remédio durante dois anos, seis meses depois, apareceu de novo e precisei retirar quase todo o seio direito e um pouco do esquerdo. Agora, continuo o tratamento, com sessões de quimioterapia e, depois, radioterapia”, relatou.

No começo, Leni sofreu, ficou preocupada e ficou com medo de morrer, mas a dor, segundo ela, durou “dois dias e uma noite escura”. “Decidi encarar o problema de frente e pensar que sou mais forte e ele insignificante”, disse.

Além da Rede, ela contou com o apoio do namorado, das filhas e de amigos. “Precisei largar minha profissão de cabeleireira, deixei Sonora, minha cidade natal, e vim a Campo Grande morar em uma pensão, onde só tem doente, para fazer o tratamento”, afirmou. “Vivo com doações e com a força que eles me dão”, emendou.

No caminho de luta, Leni também deixou para trás os cabelos e ganhou peruca, chapéu e lenços. “Meu namorado fala que sou bonita, mesmo sem cabelo e nunca deixei de me cuidar, me maquio todos os dias”, revelou.

Na hora de dar conselho a quem começa a luta contra o câncer, Leni é rápida e objetiva. “A gente não pode deixar se sentir impotente ou feia, temos que nos sentir bonita 24 horas, porque mulher nasceu para brilhar e tenha a certeza de que, quando se luta com garra, o final é vitorioso. Por isso, leve o tratamento a sério e se dê a oportunidade de ser ajudada”, sugeriu.

SugestãoSobre prevenção, a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer aconselhou bons hábitos alimentares e exames. “Primeiro de tudo, é necessário o autoexame, depois, não dá para deixar de realizar o preventivo e mamografias”, ressaltou.

“Com carretas, vamos aos bairros realizar os exames e o SUS (Sistema Único de Saúde) dá preventivo e mamografia de graça”, emendou. “Se descobrir a doença logo, a chance de cura é de 95%”, finalizou Cleuza.

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