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Capital

“Agora o coração está calmo”, diz mãe que lutou 1 mês para sepultar gêmeos

Aline dos Santos | 13/01/2015 12:22
Kelma travou batalha burocrática para sepultar filhos. (Foto: Marcos Ermínio)
Kelma travou batalha burocrática para sepultar filhos. (Foto: Marcos Ermínio)

Após vencer uma batalha burocrática, a desempregada Kelma Barbosa de Oliveira, 32 anos, sepultou na manhã desta terça-feira os gêmeos nascidos em 12 de dezembro de 2014. “Agora o coração está calmo. Mais confortado em saber que estão num lugarzinho tranquilo, tenho um lugar para visitar”, diz a mãe.

A gestação chegou ao fim na 21ª semana. Em seguida, uma série de informações e registros errôneos levaram a uma verdadeira luta para o sepultamento. A explicação é de que a situação pode ser considerada aborto tardio, mas, como a mãe fez as certidões de nascimento, os bebês poderiam ser sepultados. Nesse tipo de aborto, são feitas certidões de nascimento e óbito somente se a família quiser. Caso contrário, o hospital cuida do corpo.

As dificuldades enfrentadas por Kelma foram mostradas pelo Campo Grande News. Da procura, na primeira vez sem sucesso à Defensoria Pública, até o desfecho. Ontem, já com apoio de defensor público, ela conseguiu que a maternidade Cândido Mariano emitisse declaração de que os corpos não seriam para a análise. A informação constava nas certidões de óbitos e precisou ser retificada no cartório. Segundo ela, foi uma corrida contra o tempo, porque venceu ontem o prazo de 30 dias para reclamar os corpos.

Ela também obteve o sepultamento gratuito, por meio da SAS (Secretaria Municipal de Políticas e Ações Sociais e Cidadania), pois não tinha dinheiro para o enterro. Gabriel e Fernanda foram sepultados no cemitério São Sebastião (Cruzeiro), em Campo Grande. “Estou um pouco traumatizada, mas a gente ainda pensa em ter uma família. Preciso de recuperação física e emocional”, afirma. A reportagem tentou ouvir a maternidade, mas o hospital não repassou informações.

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