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Capital

"Com menos de 3 mil km": dona de carro arrastado se diz indignada

Adriano Fernandes | 27/10/2016 16:48
Rua Espírito Santo encheu de água e o Etios de Estela foi arrastado, na tarde de quarta-feira (Foto: Alcides Neto)
Rua Espírito Santo encheu de água e o Etios de Estela foi arrastado, na tarde de quarta-feira (Foto: Alcides Neto)
Estela culpa a falta de estrutura de medidas para o escoamento da água, pelo ocorrido. (Foto: Adriano Fernandes)
Estela culpa a falta de estrutura de medidas para o escoamento da água, pelo ocorrido. (Foto: Adriano Fernandes)

Há menos de um mês para completar um ano da compra de seu Toyota Etios, a professora Estella Villalba, de 59 anos, teve uma surpresa pouco agradável. Na tarde de quarta-feira (26), o carro dela foi arrastado pela água durante o temporal de 31 minutos em Campo Grande.

O resultado foi um prejuízo de no mínimo R$ 1.300,00, referente à franquia do seguro. Fora o desgaste emocional que, nesta quinta-feira (27), um dia depois do ocorrido, ela resume em um sentimento de indignação.

“Quando notei, meu carro já estava sendo engolido pela água, eu estava sem poder fazer absolutamente nada e vendo isso acontecer bem no centro da cidade. Num cruzamento onde até mesmo o comércio usa proteções para tentar impedir que a água invada os endereços em dias de chuva. Ou seja, isso já acontece há muito tempo e mesmo assim não temos uma fiscalização devida para prevenir esse tipo de incidente. É muita falta de competência, um descaso. Estou indignada”, desabafa.

Estela conta que estacionou o veículo na rua Espírito Santo, há poucos metros da Avenida Mato Grosso, no Jardim dos Estados. Por cerca de uma hora ela ficou em uma clínica próxima, até notar que seu veículo estava sendo levado pela enxurrada.

“Eu quase surtei quando vi que meu carro já estava sendo levado por quase meio metro de água. Chorei muito, porque eu sabia que não podia fazer nada. Quanto mais carros passavam, mais ele era levado para longe”, lembra.

O Etios de Estela sendo encoberto pela a água. (Foto: Arquivo Pessoal)
O Etios de Estela sendo encoberto pela a água. (Foto: Arquivo Pessoal)

No mesmo cruzamento de onde o carro de dona Estela foi arrastado, outro veículo também foi levado pela força da água. “Eu e a outra motorista só sabiamos pedir para que os outros motoristas não tentassem passar para não serem levados também ou para diminuir o risco de uma colisão, porque não podíamos nos arriscar de ser levadas também”, conta.

Depois que a chuva passou, foi de pelo menos mais uma hora o tempo esperado até a chegada do guincho. Durante esse tempo ela já contabilizava os prejuizos.

“A água tomou conta da parte interna, perdi pen drive, alimentos, controle remoto. Para evitar maiores danos evitei ligar o carro e aguardei a chegada do guincho, enquanto ouvia os xingamentos dos outros motoristas que desviavam”, comenta.

Ela ainda não sabe precisar o valor dos custos para o conserto do veículo, que por mais oito dias, no mínimo, ficará na concessionária. Caso o seguro do carro cubra os danos, ela conta que terá de desembolsar no mínimo R$ 1.300,00 da franquia.

“Se o seguro não cobrir vou entrar com uma ação contra a prefeitura, porque isso é um absurdo. É de uma incompetência muito grande saber que pagamos nossos impostos, para não termos uma boa infraestrutura de prevenção nem sequer contra uma chuva. Ruas que não têm nem um escoamento devido”, completa.

O imprevisto antecipou o envio do carro de dona Estela para a concessionária, que daqui uma semana teria de ser levado para a primeira revisão. “Com menos de 3 mil quilômetros rodados”, ela conclui.

Outros prejuízos - Além de dona Estela, outros motoristas da cidade também tiveram seus veículos arrastados pela chuva de ontem (26). Na Rua Humberto de Campos, também na Vila Célia, três carros foram arrastados, um deles por meia quadra, e só parou porque bateu em uma caçamba. O carro teve os pneus estourados e pequenas avarias.

Na Avenida Júlia Maksoud, Monte Castelo, dois carros que tentaram atravessar a enxurrada, foram arrastados e caíram em bueiro. Moradores do Condomínio José Pedrossian ajudaram a retirar os veículos do local.

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