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Capital

"É como se não tivesse feito nada", diz viúva após soltura de Richard

Nyelder Rodrigues | 07/11/2012 21:10
Richard ficou preso por seis meses no Petran, mas foi liberado nesta quarta-feira (Foto: Minamar Junior)
Richard ficou preso por seis meses no Petran, mas foi liberado nesta quarta-feira (Foto: Minamar Junior)

“Sinto repúdio, nojo. É como se ele não tivesse feito nada”. Este é a frase que Laís Mariane, mulher do segurança Davi Del Valle Antunes, morto após ser atropelado por Richard Gomide Lima, de 22 anos, na avenida Afonso Pena, no dia 31 de maio deste ano.

Richard foi solto nesta quarta-feira (7), aproximadamente às 15h30. Ele ficou preso seis meses no Presídio de Trânsito (Petran). O alvará de soltura foi concedido pelo desembargador Dorival Moreira dos Santos.

Para a viúva, a soltura de Richard representa um risco de impunidade. “Ele tinha que ficar preso até o julgamento. Essa chance dele sair parece significar que ele não vai ter a punição que merece”.

Laís não sabe o que pode acontecer com o caso daqui em diante, e teme que ele possa ter mais benefício, como pena revertida em pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços comunitários.

Outro lado – Laís é da mesma igreja que os tios de Richard. Ela os conheceu e também o pai do jovem após o acidente. Em uma das conversas com a tia do rapaz, de acordo com Laís, a mulher disse que o acidente aconteceu por que havia chegado o dia dele.

“Se fosse o meu marido que tivesse matado o Richard, iam dizer que ele era um bom menino, estudava Direito, tinha uma carreira brilhante pela frente. Ninguém ia se conformar como querem que eu me conforme. Não é assim que tem que ser”, confidencia Laís.

Reparação – Ela também pede uma indenização de R$ 500 mil por danos morais e materiais. O valor, segundo a viúva, foi calculado pelo advogado dela, tendo como base a estimativa de vida trabalhada de Davi, acrescentado de valor de danos morais e materiais.

“Dinheiro nenhum do mundo vai pagar um pai para o aniversário do meu filho, buscar ele na escola. Meu filho não tem mais a presença do pai. Ele está sempre doente, e sempre tenho que ficar com ele. Tive que faltar por isso e perdi o emprego ontem”, conta Laís, que tinha acabado de levar o filho ao médico.

Ela também comenta que após a morte de Davi, não só a vida dela, mas de várias de pessoas próximas também mudou. “Isso tudo abalou estruturalmente minha vida. Ela se tornou pública”.

Com relação a condenação, Laís acredita para que a justiça seja feita, “vai depender do bom senso de quem julgar no dia”, declarou.

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