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Capital

"Falta de confiança" pôs fim ao contrato entre hospital e clínica de Siufi

Renan Nucci | 25/07/2014 11:59
Wilson Teslenco, diretor da ABCG, durante entrevista nesta manhã, na Santa Casa. (Foto: Renan Nucci)
Wilson Teslenco, diretor da ABCG, durante entrevista nesta manhã, na Santa Casa. (Foto: Renan Nucci)

Quebra no relacionamento de confiança motivou a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade gestora da Santa Casa, a antecipar o rompimento de contrato com o Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa que prestava serviços no hospital.

No início deste mês, três mulheres morreram após sessões de quimioterapia na Santa Casa. As mortes foram comunicadas à unidade de saúde somente seis dias após o último óbito, registrado em 12 de julho. O presidente da ABCG, Wilson Teslenco, disse durante entrevista na manhã de hoje (25), que esta demora fator foi determinante.

“A administração do Centro nos comunicou oficialmente quase uma semana depois das mortes. Desta maneira, foi quebrada a relação de confiança que existia entre as entidades e por isso, decidimos encerrar o contrato”, afirmou Teslenco, destacando que tal decisão já havia sido tomada antes, mas que foi antecipada, também, por  recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A partir de agora, a Santa Casa volta a assumir a coordenação do setor de oncologia. “O processo de transição deve começar em breve e ser rápido, para não interferir na qualidade do atendimento aos pacientes”, disse o presidente da ABCG. "A mudança não levará mais de um mês", completou.

A antiga empresa tinha 14 funcionários trabalhando na oncologia da Santa Casa, alguns foram desligados e o processo de contratação está em andamento. Uma biomédica, que será responsável pela manipulação, já foi admitida e ainda de acordo com Teslenco, cinco médicos que atuavam no Centro devem ser mantidos.

“Os médicos continuam, porque até onde se sabe, eles não emitiram prescrições equivocadas ou outros erros que pudessem causar as morte das pacientes. São bons profissionais que já atuam na Santa Casa e em outras unidades de saúde. Acreditamos também, que eles não foram responsáveis pela demora na notificação das mortes”, explicou.

Repasse – O Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul tem como sócios os médicos Adalberto Siufi e José Maria Ascenço. A Santa Casa repassava à empresa, segundo Teslenco, 90% do dos valores dos serviços conforme Tabela de Procedimento do SUS (Sistema ùnico de Saúde), uma média mensal que girava na casa dos R$ 250 mil, com base na necessidade dos cerca de 600 pacientes atendidos por mês.

A reportagem tentou contato com José Maria Anscenço, que seria o diretor do Centro, mas foi informada que ele não poderia atender pois estava em reunião na Santa Casa. Ele não atendeu o telefone celular. Por sua vez, Siufi disse que apesar de ser sócio, não poderia comentar sobre o fim do contrato com a ABCG.

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